O deputado Renato Roseno (Psol), requerente do debate, destacou que o assunto é bastante delicado e requer a máxima atenção e sensibilidade da sociedade civil. "Precisamos falar sobre isso, com sensibilidade e serenidade, para que sejam desenvolvidas políticas públicas de prevenção, pois acredito que seja possível prevenir", salientou o parlamentar.

Roseno alertou ainda que a cidade de Fortaleza tem despontado nos últimos 15 anos como um dos territórios com as maiores taxas de suicídio do País, sendo a terceira capital nacional com casos registrados.

O coordenador do Projeto de Apoio à Vida (Pravida), Fábio Gomes de Matos, defendeu a necessidade de mais campanhas de mobilização nacional que transmitam informações sobre a temática da prevenção do suicídio, como acontece com o Setembro Amarelo, e lamentou que a ausência de políticas públicas para o tema leve a subnotificações médicas de alguns casos.     

"O suicídio pode ser prevenido, pois os casos consumados apresentaram indicativos epidemiológicos e clínicos que poderiam ter sido identificados e várias intervenções preventivas e terapêuticas se mostraram eficazes na redução da taxa de suicídio", destacou o coordenador. Ele acrescentou que "o estigma do comportamento suicida para a população gera subnotificações, ocultando a dimensão do fenômeno, como a não busca de serviços".

Segundo a coordenadora do Núcleo de Saúde Mental da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Aline Teles, o órgão está estudando a criação de um grupo de trabalho para se debruçar sobre a problemática do suicídio.

"Precisamos pensar em políticas públicas que abranjam todos os níveis de complexidade que as causas de suicídio se apresentam, passando da atenção básica até os leitos hospitalares. Para isso, sugerimos a criação de uma comissão que pense as diretrizes iniciais de uma política de saúde mental voltada à questão do suicídio", pontuou Aline Teles.

Estiveram presentes ainda na audiência o representante do Centro de Estudos em Toxicologia da Universidade Federal do Ceará (Cetox/UFC), Carlos Tiago Martins Moura; a coordenadora do Centro de Valorização da Vida (CVV), Rose Dantas; o major do Corpo de Bombeiros Edir Paixão; a representante do Instituto Bia Dote de Amor e Paz, Lucinara Diógenes; entre outras autoridades e representantes da sociedade.

RG/GS