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Terça, 23 Agosto 2016 04:38

"Padrinhos" mais atrapalham do que ajudam na capital

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Antes exposto sob holofotes na hora de alavancar candidaturas, o apoio de “padrinhos” pode ir de trunfo para motivo de constrangimento na eleição deste ano em Fortaleza.     Dados da pesquisa O POVO/Datafolha mostram que, na disputa pelo Paço Municipal, a ajuda de figurões da política local ou nacional mais atrapalha do que ajuda os candidatos.   O desencanto pode gerar estratégia inusitada, com postulantes escondendo seus apoiadores ou tentando revelar nomes por trás dos adversários para denegri-los. Pesquisa sugere cuidado no uso de figuras como Camilo Santana (PT), Cid Gomes (PDT), Tasso Jereissati (PSDB), Michel Temer (PMDB) ou o ex-presidente Lula (PT).   Para quem está na disputa, o efeito negativo pode ser maior se recorrer ao presidente em exercício Michel Temer, com 84% dos ouvidos pela sondagem dizendo que não votariam em candidato indicado pelo peemedebista.     Coligado ao PMDB, Capitão Wagner (PR) tem evitado uso da imagem de Temer na campanha. Páginas contrárias à sua candidatura nas redes sociais, no entanto, têm abusado da associação para atacá-lo.   O ex-presidente Lula continua sendo nome mais influente na hora de conquistar o fortalezense, com 30% dizendo que votariam em candidato defendido por ele. Na Capital, o apoio do líder petista sempre foi dos mais cobiçados, com vários candidatos disputando sua adesão.     Em 2012, no entanto, o mesmo índice era maior: 49%. A rejeição a um afilhado de Lula, por outro lado, aumentou, passando de 32% no último pleito para 54% neste ano. Mesmo com a perspectiva negativa, apoio do ex-presidente ainda deve ser explorado por Luizianne Lins (PT).   Tasso lidera no Ceará   Mesmo com a sombra de Temer na campanha, Capitão Wagner conta com o líder mais popular entre seus aliados no Estado. Segundo a pesquisa, 23% dos eleitores disseram que votariam em candidato apoiado pelo senador Tasso Jereissati (PSDB).     O índice é maior que o do ex-governador Cid Gomes (PDT), 18%, e do governador Camilo Santana (PT), 15%.        O apoio deles é explorado por Roberto Cláudio (PDT), com o petista participando de atos de campanha do prefeito.   Para o cientista político Felipe Albuquerque, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o impacto negativo é consequência do descrédito tanto de instituições tradicionais quanto dos políticos.    “As crises econômica e política passam ao cidadão o sinal de que políticos que estão aí são incapazes de resolver os grandes problemas”, afirma.   “A hiperexposição da Lava Jato tomou conta do imaginário. O político pode ser até honesto, mas, se for de partido tradicional, sofrerá consequências”, diz. Ele destaca caso de 1989, quando crise institucional acabou prejudicando Ulysses Guimarães e beneficiando seu rival, Fernando Collor de Mello.   PARA ENTENDER      Bairros visitados pelo O POVO/Datafolha   Alagadiço Novo/José de Alencar, Aldeota, Alto da Balança, Amadeu Furtado, Autran Nunes, Barra do Ceará, Barroso, Benfica, Bonsucesso, Canindezinho, Centro, Cidade 2000, Conjunto Ceará 2, Conjunto Palmeiras, De Lourdes, Dionísio Torres, Engenheiro Luciano Cavalcante, Farias Brito, Fátima, Floresta, Genibaú, Granja Lisboa, Jacarecanga, Jangurussu, Jardim das Oliveiras, Jardim Guanabara, Joaquim Távora, Lagoa Redonda, Manoel Sátiro, Maraponga, Meireles, Messejana, Mondubim, Mucuripe, Parangaba, Parque Manibura, Parquelândia, Passaré, Pici, Planalto Ayrton Senna, Prefeito José Walter, Presidente Kennedy, Quintinho Cunha, Sapiranga, Serrinha, Siqueira, Vicente Pinzon, Vila Pery, Vila União e  Vila Velha.   Ao todo, 800 eleitores foram entrevistados nos 50 bairros por onde passaram as equipes do instituto.     SAIBA MAIS     O levantamento O POVO/Datafolha foi realizado nos dias 18 e 19 de agosto e ouviu 800 eleitores em diversos bairros de Fortaleza. A margem de erro máxima é de três pontos percentuais para mais ou para menos.   Foi a primeira pesquisa realizada após definição de candidaturas e início da campanha eleitoral na Capital. A pesquisa foi registrada no TRE-CE com número CE-03508/2016.
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