O ex-governador Cid Gomes evitou comentar sobre os pré-candidatos que devem enfrentar seu aliado Roberto Cláudio (PDT) na sucessão municipal de Fortaleza. Diferentemente do irmão mais velho, Ciro Gomes, que não tem poupado críticas a ninguém, Cid teve postura comedida. Ele participou ontem de reunião do PDT sobre as alianças e candidaturas do partido no Interior do estado na Presidência da Assembleia.     “Insisto que vou procurar me ater ao nosso candidato. Não vou fazer comentários sobre candidatos de outros partidos”, afirmou. Os adversários de Roberto Cláudio são desafetos políticos de Cid, entre eles os deputados estaduais Capitão Wagner (PR) e Heitor Férrer (PSB).     A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, lançada como pré-candidata do PT, também tem histórico de troca de críticas com os irmãos Ferreira Gomes. “Só quem dá valor à candidatura da Luizianne são vocês do jornal O POVO”, provocou o ex-governador.     Em vez de criticar rivais de RC, Cid disse que iria destacar “os méritos” da gestão do atual prefeito da Capital.     “Penso que o melhor nome é o de Roberto Cláudio. Cotejando com o passado, mostra índices de desempenhos muito superiores. Cotejando com quem não tem experiência, nunca esteve à frente, significa uma segurança em tempos difíceis que certamente são tempos que se avizinham no nosso País”, argumentou.     Ele destacou que Roberto Cláudio obteve conquistas apesar das dificuldades orçamentárias por conta da recessão no Brasil. “Fortaleza não tinha nenhuma escola de tempo integral. Arremedos em que aluno ficava duas horas a mais na escola não podem ser confundidos com escolas em tempo integral, que pressupõe os dois turnos na escola. Hoje há 17 delas”, disse.     Alianças   Apesar do antagonismo entre PT e PDT a nível municipal, Cid demonstra que a aliança com o governador Camilo Santana e a presidente afastada Dilma Rousseff continuam firmes. Ele disse que espera apoio do governador à candidatura de RC, mas que respeita a opinião dele, seja qual for. A nível nacional, Cid criticou o governo do presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e disse que acredita na possibilidade de retorno da petista.     “Pessoalmente, eu não acho que o assunto seja favas contadas. Acho que o desgoverno Temer, sua hesitação, os erros que têm cometido em tão pouco tempo podem induzir a que alguns senadores (mudem de ideia). Não é de todo impossível, muito mais pelos desacertos de Temer”, disse.     O ex-governador voltou a dizer que o PMDB tem sido o partido que mais se beneficia de esquemas como os desvendados pela Lava Jato.