Você está aqui: Início Últimas Notícias Sessão Solene destaca luta em defesa dos direitos das pessoas com autismo
Segundo ela, as estatísticas mundiais apontam que 1% da população é portadora do transtorno do espectro do autismo, porcentagem que equivale a 2 milhões de brasileiros, sendo, destes, 80 mil cearenses. Entre as dificuldades enfrentadas pelas famílias que possuem membros portadores de autismo está a discriminação na escola regular, a dificuldade para receber atendimento em unidades de saúde e ingressar no mercado de trabalho.
Fernanda Pessoa explicou que o Ceará ainda está despreparado para atender às necessidades e promover as potencialidades da pessoa com autismo. “Os diagnósticos são tardios e, quando feitos, há carência de profissionais e serviços que saibam atendê-los, o que prejudica o tratamento e a socialização da criança”, advertiu.
O deputado Renato Roseno (Psol) reforçou a importância de se trazer essa discussão para o Parlamento. Ao fazer isso, conforme observou, “estamos dando voz a pessoas que estão na invisibilidade, pessoas que não são reconhecidas, porque sequer são reconhecidas perante a sociedade”.
Para o parlamentar, a questão central no que diz respeito ao autismo e a todas as formas de preconceito é “alargar o sentimento de alteridade”. Segundo ele, é preciso entender que a alteridade só se realiza no outro. “Esse é o fundamento que nos faz lutar por políticas públicas que afirmem os direitos humanos”, defendeu, reforçando a importância de se buscar uma ordem em que as convicções e estruturas sociais permitam respeitar o outro em sua integridade.
“Não devemos negar a humanidade do outro porque ela não atende a uma expectativa de uma sociedade capacitista; capacitismo esse que também é uma forma de preconceito”, assinalou.
O neurologista infantil André Luiz Santos Pessoa, por sua vez, ressaltou que há um paradoxo no que diz respeito ao autismo. Segundo ele, trata-se de um transtorno comum e que existe há bastante tempo, mas que, ao mesmo tempo, é pouco conhecido, inclusive pela classe médica. “Uma situação triste e estranha, pois vemos que há casos que comprovam que a pessoa portadora desse transtorno tem condições de atingir plenamente todas as suas capacidades, desde que tenha ajuda, apoio e reconhecimento de todos ao seu redor”, pontuou.
Foram homenageados, com placas comemorativas, o diretor da Rede de Ensino Agnus, Alexandre Carlos Ferreira Lima; a presidente da Associação Fortaleza Azul, Fernanda Cavalieri; a presidente da Associação Pintando o SeTEAzul, Keliane Carla Chaves; o pediatra Alberto Lima de Souza; os neurologistas André Luiz Santos Pessoa, André Pereira Cabral e José Lucivan Miranda; a neuropediatra Gilma Montenegro Padilha Holanda e a psicopedagoga e fonoaudióloga Myrellene Bezerra de Menezes.
Os deputados Capitão Wagner (PR) e Audic Mota (PMDB) também participaram da solenidade.
PE/CG