Para ele, a mudança na filosofia da gestão é reflexo do alto grau de conscientização da população europeia. “Mais de 11 dirigentes entregaram o poder, muitos decorrentes da crise financeira. Aqueles que dominam o conhecimento, a ciência e a tecnologia irão dominar o mundo”, afirmou, referindo-se a teorias projetadas na década de 1960.
Teodoro disse considerar equivocada a estratégia das administrações que visam apenas o lucro e deixam de lado causas sociais. Na opinião dele, deveria ser prioridade dos governos a construção de uma sociedade voltada à seguridade dos direitos universais. “Quanto mais você investe em educação, mais o país se torna industrializado e fica na ponta da ciência e da tecnologia. Hoje, antes de ser cidadão, se é consumidor”, pontuou.
Conforme o deputado, a crise econômica atual (que se arrasta há quatro anos) só não é maior do que a de 1929, na qual a bolsa de valores de Nova Iorque quebrou e gerou reflexos planetários desastrosos. “Hollande tem tudo para ser uma grande estrela nesse cenário, como foi (Barack) Obama (presidente dos Estados Unidos), que evitou que a crise se tornasse sistêmica. Hollande também pode ser um fracasso, mas a nova receita deve ser testada, pois essa (de Sarkozy) não foi aprovada”, frisou, defendendo a reforma política no Brasil.
Em aparte, o vice-líder do Governo na AL, deputado Sérgio Aguiar (PSB), lembrou que há 17 anos a França era governada por representantes de centro ou de direita (conservadores). “Essa marca deixou cicatrizes profundas na sociedade, com altos índices de desemprego e insatisfação com a política financeira. Os franceses voltam ao rumo com Hollande”, considerou.
Já o deputado Ferreira Aragão (PDT) pediu mudanças na prática política brasileira. “Me entristece ver o político brasileiro sendo tachado como chacota, porque é uma minoria que é desonesta. Massificar é uma coisa terrível”, argumentou.
BC/CG