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Controle nas filiações ainda desafia partidos - QR Code Friendly
Terça, 06 Outubro 2015 04:10

Controle nas filiações ainda desafia partidos

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O presidente do PSDB cearense, Luiz Pontes, diz que o partido está impondo aos novos filiados um estudo aprofundado sobre a história da sigla O presidente do PSDB cearense, Luiz Pontes, diz que o partido está impondo aos novos filiados um estudo aprofundado sobre a história da sigla ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
  Nos meses que antecedem as eleições, já é praxe para os partidos políticos iniciar campanhas para filiação em massa já com vistas à preparação para o pleito que se avizinha, buscando fortalecer os quadros da agremiação para a disputa eleitoral. Entretanto, dirigentes das siglas ouvidos pelo Diário do Nordeste reconhecem que a estratégia habitualmente adotada tem criado problemas recorrentes, obrigando-os a adotar ações de maior cautela para evitar que o ingresso de novos nomes descaracterize ainda mais os projetos estabelecidos pelas legendas. O presidente estadual do PSDB no Ceará, Luiz Pontes, afirma que a legenda já chegou ao "fundo do poço" pelo fato de os representantes da sigla não compreenderem o novo momento após a agremiação passar para o campo da oposição. O dirigente ressalta que, para entrar agora no partido e participar dos espaços de destaque, o filiado participa antes de extensos debates para entender quais são as pretensões planejadas pelo grêmio. "Nós já chegamos ao fundo do poço, porque o pessoal não sabe ser oposição. Só sabe ser governo. Quem está chegando agora precisa saber que nós somos oposição e que a oposição fortalece a democracia", assegura o tucano Luiz Pontes. O presidente admite, no entanto, que nem toda a cautela adotada deixa o partido imune a lideranças que terminem por descaracterizar os objetivos da agremiação e atuem sem nenhum compromisso com a sigla. "É bem verdade que eu posso ser enganado. Nós já tiramos o partido de pessoas que queriam utilizar o partido só como trampolim. Nós estamos tendo um cuidado muito grande, porque o PSDB é hoje um partido com forte potencial para conseguir chegar ao poder", salienta. Ele acrescenta que qualquer representação do PSDB nos municípios do Interior do Estado que receba novos membros deve primeiro garantir a anuência da direção estadual da sigla. "Até porque como hoje o diretório nacional baixou uma resolução que nós só poderíamos formar diretório nos municípios que contribuíram com pelo menos 6% dos votos na eleição para a Câmara dos Deputados. Dos 184 municípios no Ceará, o PSDB hoje tem diretórios em apenas 26 municípios", explica o dirigente. Compreensão O tucano Luiz Pontes também detalha que os objetivos transmitidos aos novos filiados são bem claros para que haja a compreensão de todos os interessados em ingressar no grêmio. O dirigente destaca que a principal meta da agremiação é construir uma base forte para solidificar as pretensões da legenda em 2018. "Para aquelas pessoas que estão chegando, estamos falando o que o partido pensa, trabalhando já para 2018. Então, em 2016, (o objetivo) é ter o maior número de prefeitos e vereadores. As principais cidades do Interior têm de apresentar candidatos. Nessas reuniões regionais estamos dialogando, mostrando e tem tido uma receptividade muito grande. Pessoas que não queriam se envolver com a política sabem agora que precisam entrar no partido", pontua. O deputado estadual Renato Roseno, uma das principais liderança do PSOL no Ceará, diz ser contra as filiações em massa ao acreditar que o mecanismo traz dificuldades para a caracterização do partido. Acontecimentos recentes em nível nacional mostram, contudo, que a legenda também não está imune. O PSOL perdeu recentemente lideranças que enfrentavam dificuldades com os demais setores do partido por não seguir os mesmos preceitos defendidos pela legenda. O senador Randolfe Rodrigues e Heloísa Helena deixaram a agremiação para a Rede Sustentabilidade. Já no início do ano, a sigla expulsou o deputado federal Cabo Daciolo após o parlamentar atuar de forma heterodoxa à linha da agremiação, chegando a propor que a Constituição Federal fosse alterada no sentido de garantir que "todo poder emana de Deus", e não do povo, conforme o texto atual. Contradições Renato Roseno admite que o maior desafio é assegurar que o PSOL não se submeta a contradições registradas em outros partidos. "O partido que se pretende como programático, com identidade ideológica, tem que crescer com qualidade e não com quantidade. O sistema eleitoral é formado por partidos sem identidade, e o nosso desafio é mostrar que nem todos são iguais. É atraindo as pessoas para as lutas. A legitimidade tem de vir das lutas", explica. Responsável há pouco tempo pelo comando do PSB no Ceará, o deputado federal Danilo Forte diz que tem investido no diálogo para evitar que o ingresso de novas lideranças prejudique os esforços para o fortalecimento da legenda. O parlamentar acrescenta que já foram encaminhados à Justiça Eleitoral pedidos para a formação de mais de 100 novas comissões provisórias. "Estamos fazendo avaliação mais cuidadosa para saber quem está ingressando no partidos. O critério é se aprofundar sobre a história de quem está ingressando, porque o critério é buscar pessoas com identidade com o tipo de pensamento político que temos, ter pessoas com procedência e história vinculadas a essa luta. Uma clareza muito grande da nova forma de fazer política", reforça Danilo Forte. Diálogo O presidente do PTN no Ceará, Toinho do Chapéu, aponta que, desde a eleição de 2012, o partido perdeu cinco suplentes de vereadores. O dirigente alega que tenta aperfeiçoar o diálogo com os novos representantes da legenda, mas acredita que essa dificuldade sempre vai existir. "Sempre vamos ter essa dificuldade. A gente não sabe as intenções reais deles nos partidos. Só dá para avaliar na convivência", analisa. Na campanha para atrair novos filiados, o presidente do PTN cearense afirma que chegou a conversar com aproximadamente 100 representantes interessados em ingressar na sigla, mas revela que apenas 20% dessas lideranças realmente ficaram. Toinho do Chapéu ressalta que, ao não entrar no jogo da promessa de vantagens e cargos, a agremiação reduz os riscos de receber membros interessados em se aproveitar da máquina partidária apenas como trampolim. "Nós jogamos franco. Não temos como garantir um cargo de confiança, porque o PTN não tem ligação nenhuma com o Governo do Estado. Essa que é a verdade. Na Prefeitura de Fortaleza, não tem também condições de garantir cargo para alguém", complementa.
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