Pelo menos duas mil pessoas, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), saíram às ruas para se manifestar na 21ª edição do Grito dos Excluídos, realizado na manhã de ontem. Os manifestantes levantaram bandeiras contra a redução da maioridade penal, a violência às mulheres, pelo fim da corrupção e pelo direito à moradia e taxação das grandes fortunas.
LEIA TAMBÉMIndignação com o que está acontecendoEstá sendo um massacre diárioAssociações, sindicatos, partidos políticos e entidades organizadas participaram do protesto. Alguns setores defendiam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e se colocavam contra a possibilidade da abertura de um processo de impeachment. Um dos organizadores da edição, padre Luis Sartorel, endossou o discurso desses grupos. “Existe um viés na manifestação de não favorecer nenhuma tática golpista ou de destituição da presidente atual que foi eleita democraticamente”. No entanto, afirmou que o mote da mobilização é “despertar” o governo para questões de interesses dos oprimidos, como o direito a água e moradia.
Um grupo de índios da tribo Tapeba se juntou às diversas organizações presentes para exigir a demarcação das terras indígenas, além de protestar contra o “massacre” aos Guaranis Kaiowás.
Encenações
Uma organização de moradores encenou cenas de violência contra à mulher e de exclusão da juventude negra da periferia. A encenação foi acompanhada de trechos de reportagens de televisão repudiadas pelo grupo presente. O tema da atual edição, “Que País é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”, foi repetido exaustivamente e o percurso feito pelas cerca de 6 mil pessoas, segundo contagem da organização do evento.Os deputados estaduais Renato Roseno (Psol) e Elmano de Freitas (PT), além dos vereadores João Alfredo (Psol) e Ronivaldo Maia (PT) compareceram ao Grito. Viaturas do Ronda do Quarteirão e da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) acompanharam o trajeto durante toda a manhã.