Você está aqui: Início Últimas Notícias Eliane aponta aumento da violência contra mulher e pede providências
Ao citar o Mapa da Violência 2012, realizado pelo Instituto Sangari, entidade que realiza pesquisas na área das ciências e sociologia, a parlamentar disse que em 30 anos, no período de 1980 e 2010, aproximadamente 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. Sendo que mais de 43 mil, ou seja, quase 50% destes homicídios ocorreram somente na última década, “o que demonstra claramente que há um elevado nível de crescimento de mortes femininas em nosso País”.
Fazendo um recorte para o Ceará, ela informou que as estatísticas colocam Fortaleza na 10ª posição na lista das Capitais com mais homicídios de mulheres (a 3ª da região Nordeste) com uma taxa de 6,7 mulheres mortas a cada 100 mil. Em 2010, foram 68 mulheres assassinadas na Capital. No Ceará, foram 165, o que coloca o Estado como o 21º no País.
De acordo com ela, nos últimos anos, o Estado tem vivenciado um crescimento anual do número de mortes de mulheres. Em 2011, levantamentos mostram que 181 mulheres foram assassinadas, um crescimento de aproximadamente 10%. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas no Brasil, como foi divulgado no último domingo em uma reportagem especial do telejornal Fantástico.
Ela lembrou que em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, em outubro passado, foram debatidos dados levantados pelo Observatório da Violência contra Mulher, da Uece, que colocam o Ceará como o 3º Estado da região Nordeste com maior índice de violência contra a mulher. “São dados alarmantes que trazem a necessidade urgente de um conjunto integrado de ações que envolva a sociedade e todas as esferas do poder público, especialmente no que diz respeito aos equipamentos de proteção à mulher”, ponderou.
Ela apontou o cumprimento da Lei Maria da Penha como o único caminho para mudar este “grave” cenário, uma vez que a partir da lei a violência doméstica deixou de ser algo invisível. No entanto, acredita que a lei “continua sofrendo a cultura da resistência machista e patriarcal de juízes, delegados, policiais e operadores de direito, que impedem que as mulheres tenham uma vida livre de violência”.
A parlamentar destacou a necessidade de expandir e aprimorar as políticas públicas de apoio, ampliação de recursos para delegacias especializadas, casas abrigo, atendimento psicológico e jurídico, e pessoal para assegurar o cumprimento das medidas protetoras, entre outras ações.
Em Fortaleza, pontuou a deputada, só existe uma delegacia da mulher, quando são necessárias pelo menos cinco. No Estado são apenas sete delegacias especializadas. “Todas estas informações só comprovam que a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Mulher, juntamente com a Procuradoria Especial da Mulher, tem uma árdua missão a cumprir”, disse.
LS/CG