A segurança pública voltou a ser a pauta principal dos pronunciamentos de deputados estaduais, que se revezaram, na manhã de ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, apontando sugestões para minimizar o problema e criticando a demora para a redução real da violência. Odilon Aguiar (PROS) abriu as discussões sobre o tema ao se declarar preocupado com a quantidade de roubos de celulares, vendidos no "mercado paralelo", em feiras populares. Por sua vez, o deputado Ely Aguiar (PSDC) disse que o principal problema está no receptador dos produtos, que dificilmente é julgado e tem uma pena branda. Ele defendeu endurecimento da Lei em relação às pessoas que compram telefones roubados. Acrescentou que as operadoras de telefonia móvel também fazem vista grossa para os casos. O parlamentar afirmou que outros tipos de crimes têm ocorrido no Estado, atribuindo parte da culpa ao Governo Federal, que não implantou batalhões de fronteiras para enfrentar a entrada de armas e drogas no País. Odilon Aguiar relatou que as pessoas não registram parte desses roubos devido à descrença nos órgãos de investigação para recuperação dos aparelhos. Tráfico O deputado Wagner Sousa (PR) ressaltou que o Governo do Estado tem um plano "muito bonito no papel" para a segurança pública, cobrando que o projeto Ceará Pacífico seja colocado em prática. "Quando a Polícia deixa de rodar por falta de combustível, será que a gente pode dizer que segurança pública é prioridade para esse Governo? Desde antes de assumir, ele (Camilo Santana) tem dito que a segurança é sua prioridade", salientou, reforçando o pedido para a instalação de uma CPI do tráfico de drogas. O deputado Tin Gomes (PHS) alegou que o Governo Federal não tem agido de forma eficiente, o que torna falho o combate ao tráfico de drogas. "Não se pode tentar combater no Ceará quando sabemos que o maior problema da segurança é oriundo das drogas", defendeu. O governista afirmou que vai trabalhar junto à Mesa Diretora e aos partidos da Casa para que Wagner Sousa seja o relator da CPI das Drogas e destacou que alguns partidos ainda devem indicar nomes na CPI do DPVAT, que está na frente, sucedida pela de Exploração Sexual. Silvana Oliveira (PMDB) diz estar preocupada com o número de policias mortos no Estado. Só em 2015 foram oito policiais assassinados e 20 baleados em confrontos com suspeitos. Danniel Oliveira (PMDB) afirmou que o número real de roubos no Estado pode ser o dobro do divulgado pela Secretaria de Segurança, já que muitas vítimas não fazem o Boletim de Ocorrência.