Dep. Antonio Carlos (PT)
Foto: Paulo Rocha
O líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa, deputado Antonio Carlos (PT), rebateu, na sessão plenária desta quarta-feira (08/02), denúncia feita pelo deputado Fernando Hugo (PSDB) no começo dos trabalhos de hoje. Com base em declarações de sindicalistas em greve, veiculadas na imprensa, o tucano afirmou que a Prefeitura de Fortaleza pressiona agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) a aplicarem multas. Do contrário, não receberiam as horas extras trabalhadas. Hugo cobrou esclarecimentos formais da gestão da Capital.
Antonio Carlos tachou de infundada a acusação. “Sindicalista utiliza armas que tem para atiçar a categoria. Mas não vou entrar nesse mérito. A denúncia não tem o menor fundamento”, afirmou, admitindo ter sido procurado pelo presidente da AMC para elucidar a situação.
Segundo o petista, alguns segmentos dos agentes de trânsito colocaram na mesa de negociação com a Prefeitura o fato de, a partir de agora, o salário ser vinculado à quantidade de multas aplicadas – uma espécie de gratificação por produtividade. O parlamentar afirmou que a proposta foi rejeitada pela prefeita Luizianne Lins. “Não há, nem nunca houve, vínculo de hora extra com a quantidade de multas da AMC”, pontuou, colocando o salário inicial dos agentes (de R$ 2.400, conforme a Prefeitura) como o melhor do País.
A greve da categoria começou na última sexta-feira (03/02). Nessa segunda-feira (06/02), eles ocuparam a sede do órgão, no bairro José Bonifácio, de onde começaram a sair hoje, após a Prefeitura conseguir na Justiça a reintegração de posse do prédio.
Em apartes, os deputados Moésio Loiola (PSD), Eliane Novais (PSB), Dr. Pierre (PCdoB) e Dra. Silvana (PMDB) declararam solidariedade ao presidente da AMC, Fernando Bezerra. Loiola, no entanto, disse haver “abuso muito grande de multas em Fortaleza”.
Eliane Novais classificou como permanente a política da Prefeitura em prol da valorização dos servidores. Contudo, pediu mais diálogo. “Há vontade da gestão”, garantiu. “Greves são movimentos legítimos, mas não podemos deixar que as coisas tomem o rumo da greve da PM. No caso de uma denúncia falsa, o agente tem que ser responsabilizado. A gestão não pode ficar maculada”, acrescentou Dr. Pierre.
Já Dra. Silvana defendeu um trabalho mais pedagógico e menos punitivo por parte da AMC. “Presenciei uma senhora sendo multada por estar em local irregular. Ela estava no carro e o agente a multou sem sequer abordá-la. E parecia muito feliz. Se tivesse sido alertada, ela certamente teria saído. A educação está para além das multas”, refletiu.BC/AT