O pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC) Fábio Paiva defendeu, na tarde desta quarta-feira (24/06), mudanças nas formas de divulgação de informações sobre violência nos meios de comunicação. O especialista participou de audiência pública da Comissão de Defesa Social para discutir o tema.
Apesar de constatar um aumento da exposição de imagens violentas na mídia, Fábio Paiva avalia que é mais preocupante a convivência com a criminalidade no cotidiano do que o conteúdo que é transmitido pelos meios de comunicação. “Muitas vezes, quando assistimos aos programas policiais, vemos um corpo no chão e pessoas olhando. Nessa roda existem crianças, e isso é muito mais prejudicial do que o conteúdo que está sendo veiculado, embora seja preciso rever a forma de levar a informação violenta à televisão ou outros meios de comunicação”, analisou.
Segundo Fábio Paiva, não existe um dado concreto que afirme que o desenho animado ou o brinquedo mude o comportamento da criança. Para ele, a mudança de atitude está relacionada ao cuidado e atenção da família. “Hoje estamos trabalhando com as crianças de maneira mais lúdica do que na década de 1970 e 1980, quando se tinha muito mais material violento. Acho que deve haver um cuidado com o que a criança vê dentro de casa. Isso pode mudar o comportamento”, explicou.
Uma mudança na grade de programação da televisão também foi defendida pelo deputado Capitão Wagner (PR), autor do debate. “Queremos que a informação seja repassada, mas é preciso rever esses tipos de programas que são veiculados na hora do almoço, por exemplo. Existe muito sensacionalismo na passagem das informações, não apenas no Ceará, mas em todo o Brasil. É importante passar não apenas as informações ruins, mas as boas práticas”, alertou Capitão Wagner.
Com relação aos jogos violentos, o parlamentar avaliou que esse tipo de brinquedo pode acabar influenciando desde cedo o comportamento violento. Segundo ele, muitas vezes, os pais saem para trabalhar e não têm tempo suficiente para fiscalizar esse tipo de brinquedo.
A diretora de comunicação da Agência da Boa Notícia, Ângela Marinho, disse que é preciso estimular a cultura de paz nos meios de comunicação. Ela chamou a atenção dos jornalistas sobre as suas responsabilidades com a notícia e pediu respeito aos direitos humanos e à privacidade das pessoas. “É preciso que sejam sensibilizados os estudantes de jornalismo, para que eles possam saber como deve ser passada a informação. A notícia deve ser dada, mas respeitando o espaço do outro”, alertou.
Já o representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará, delegado Fernando Meneses, pediu empenho dos meios de comunicação no sentido de ajudar no combate à violência. De acordo com ele, é preciso que, além das notícias ruins, sejam repassados os resultados do setor. “Temos a imprensa como nossa aliada e, por isso, peço a fidelidade da informação, colocando, além dos fatores ruins, aquilo que tem ajudado a combater a violência em nosso Estado”, pontuou.
A audiência foi presidida pelo deputado Robério Monteiro (Pros) e contou com a presença do deputado Renato Roseno (Psol); do assessor de comunicação da Polícia Militar, tenente-coronel Andrade Mendonça; do representante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ricardo Rodrigues; do professor da Universidade de Pernambuco (UFPE) Igor Lemos; da professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Inês Vitorino; do coordenador da Escola de Gestão Penitenciária e Socialização da Secretaria da Justiça, Antônio Rodrigues; do diretor de jornalismo da TV Cidade, João Paulo Guimarães; da representante do Sindicato dos Jornalistas do Ceará, Samira de Castro, além de jornalistas, professores e estudantes de comunicação.
DF/JU
Especialista defende mudanças na forma de divulgar informações sobre violência
O pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC) Fábio Paiva defendeu, na tarde desta quarta-feira (24/06), mudanças nas formas de divulgação de informações sobre violência nos meios de comunicação. O especialista participou de audiência pública da Comissão de Defesa Social para discutir o tema.
Apesar de constatar um aumento da exposição de imagens violentas na mídia, Fábio Paiva avalia que é mais preocupante a convivência com a criminalidade no cotidiano do que o conteúdo que é transmitido pelos meios de comunicação. “Muitas vezes, quando assistimos aos programas policiais, vemos um corpo no chão e pessoas olhando. Nessa roda existem crianças, e isso é muito mais prejudicial do que o conteúdo que está sendo veiculado, embora seja preciso rever a forma de levar a informação violenta à televisão ou outros meios de comunicação”, analisou.
Segundo Fábio Paiva, não existe um dado concreto que afirme que o desenho animado ou o brinquedo mude o comportamento da criança. Para ele, a mudança de atitude está relacionada ao cuidado e atenção da família. “Hoje estamos trabalhando com as crianças de maneira mais lúdica do que na década de 1970 e 1980, quando se tinha muito mais material violento. Acho que deve haver um cuidado com o que a criança vê dentro de casa. Isso pode mudar o comportamento”, explicou.
Uma mudança na grade de programação da televisão também foi defendida pelo deputado Capitão Wagner (PR), autor do debate. “Queremos que a informação seja repassada, mas é preciso rever esses tipos de programas que são veiculados na hora do almoço, por exemplo. Existe muito sensacionalismo na passagem das informações, não apenas no Ceará, mas em todo o Brasil. É importante passar não apenas as informações ruins, mas as boas práticas”, alertou Capitão Wagner.
Com relação aos jogos violentos, o parlamentar avaliou que esse tipo de brinquedo pode acabar influenciando desde cedo o comportamento violento. Segundo ele, muitas vezes, os pais saem para trabalhar e não têm tempo suficiente para fiscalizar esse tipo de brinquedo.
A diretora de comunicação da Agência da Boa Notícia, Ângela Marinho, disse que é preciso estimular a cultura de paz nos meios de comunicação. Ela chamou a atenção dos jornalistas sobre as suas responsabilidades com a notícia e pediu respeito aos direitos humanos e à privacidade das pessoas. “É preciso que sejam sensibilizados os estudantes de jornalismo, para que eles possam saber como deve ser passada a informação. A notícia deve ser dada, mas respeitando o espaço do outro”, alertou.
Já o representante da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará, delegado Fernando Meneses, pediu empenho dos meios de comunicação no sentido de ajudar no combate à violência. De acordo com ele, é preciso que, além das notícias ruins, sejam repassados os resultados do setor. “Temos a imprensa como nossa aliada e, por isso, peço a fidelidade da informação, colocando, além dos fatores ruins, aquilo que tem ajudado a combater a violência em nosso Estado”, pontuou.
A audiência foi presidida pelo deputado Robério Monteiro (Pros) e contou com a presença do deputado Renato Roseno (Psol); do assessor de comunicação da Polícia Militar, tenente-coronel Andrade Mendonça; do representante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ricardo Rodrigues; do professor da Universidade de Pernambuco (UFPE) Igor Lemos; da professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Inês Vitorino; do coordenador da Escola de Gestão Penitenciária e Socialização da Secretaria da Justiça, Antônio Rodrigues; do diretor de jornalismo da TV Cidade, João Paulo Guimarães; da representante do Sindicato dos Jornalistas do Ceará, Samira de Castro, além de jornalistas, professores e estudantes de comunicação.
DF/JU