Você está aqui: Início Últimas Notícias Trabalhadoras rurais reclamam da dificuldade de acesso ao crédito
O deputado Moisés Braz (PT), autor do requerimento, comprometeu-se a fazer a interlocução junto ao presidente da AL, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), para apoiar a ida das trabalhadoras à Marcha das Margaridas, em Brasília, quando as trabalhadoras pedirão apoio do Governo Federal para suas causas.
Ficou acertada ainda a realização de uma reunião, até julho, das trabalhadoras com a superintendência dos Bancos do Brasil e do Nordeste, para tentar uma solução para os entraves colocados hoje na liberação de crédito para as mulheres.
O parlamentar também se comprometeu em mobilizar a bancada federal do Nordeste e os parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) no Congresso Nacional, para tratar a questão da política de saúde para a mulher do campo.
Rosângela Ferreira Moura, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Fetraece, destacou que o momento é estratégico para dar mais visibilidade à mulher trabalhadora rural, porque boa parte ainda vive na invisibilidade. "Nos últimos anos houve avanços, experimentado no novo modelo de tratar as mulheres trabalhadoras, o que deve ser continuado e melhorado", afirmou.
Alessandra da Costa Lunas, secretária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag, informou que o maior desafio ainda é garantir o acesso ao crédito para a mulher do campo. Para isso, é de fundamental importância a assistência técnica e os bancos. "Hoje não existe um tratamento igualitário entre as agências bancárias, o que acaba dificultando a participação da mulher no crédito rural", pontuou.
Maria Amélia Sales, gerente executiva do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), colocou-se à disposição das mulheres para tentar resolver os problemas que dificultam o acesso ao crédito. Também informou que a orientação da superintendência do BNB para os funcionários é a de dar prioridade aos projetos produtivos das mulheres.
O Banco do Brasil (BB), por meio do gerente de agronegócio, Duílio Benício, também assumiu o compromisso de melhorar o atendimento às trabalhadoras rurais. Segundo ele, a mulher tem mais cuidado com o crédito. O risco para o banco é menor do que quando o empréstimo é feito para o homem.
O presidente da Federação de Trabalhadores na Agricultura no Estado do Ceará (Fetraece), Luiz Carlos Ribeiro de Lima, citou que, enquanto no ano passado foram realizadas 621 operações de crédito para os homens, totalizando mais de R$ 5 milhões de reais, as mulheres tiveram acesso a 99 operações, totalizando pouco mais de R$ 600 mil reais. "Isso mostra a disparidade que existe entre o crédito para homens e mulheres", denunciou.
Participaram do debate o deputado federal Odorico Monteiro (PT-CE), a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Joana Darc de Almeida, além de representantes das mulheres trabalhadoras do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande Norte.
WR/CG