Você está aqui: Início Últimas Notícias Deputados comentam sobre viabilidade de transposição da bacia do rio Amazonas
O deputado Welington Landim acredita que a transposição do rio Amazonas seria a solução para a crise de abastecimento de água. “Nós temos 2% da água do mundo, mas ela é mal distribuída. No Nordeste, nós temos menos água do que a necessidade real para a quantidade de habitantes”, afirmou.
O parlamentar disse que a tecnologia de transposição pode resolver o problema da estiagem e citou o exemplo os Estados Unidos, que, segundo ele, já aplicou essa tecnologia nas décadas de 1950 e 1960. “Na verdade, nós estamos muito atrasados. O que precisa realmente é uma decisão política e investimento porque esse problema do clima nem os cientistas sabem calcular o que pode ocorrer daqui para frente”, pontuou.
O deputado João Jaime (DEM) afirmou desconhecer estudos sobre a transposição das águas do Amazonas para outros estados. Em contrapartida, ele disse que existem trabalhos que comprovam a capacidade de levar as águas do rio Tocantins para o Nordeste. “No Ceará, (a transposição) entraria por Campos Sales e poderia abastecer o Cinturão das Águas, como também se integraria ao canal de transposição do rio São Francisco, em Cabrobó (PE), e também poderia fornecer água para os outros estados”, informou, avaliando, que, caso fosse iniciado o projeto de transposição da Bacia Amazônica, seria “a maior obra de engenharia já tentada em termos de Brasil”.
Para o engenheiro, ex-secretário de Recursos Hídricos do Ceará e ex-secretário Nacional de Recursos Hídricos do Ministério da Integração Nacional, Hypérides Macedo, a primeira região a receber águas da bacia do Amazonas seria o Nordeste porque é próxima a bacia dos rios Tocantins e Araguaia.
Em entrevista ao programa Narcélio Limaverde, Macedo disse que já existe um projeto sobre a transposição a partir de Carolina )MA), que foi estudado quando da transposição do rio São Francisco.
“O rio ali é volumoso e é muito fácil de transportar porque sai de Carolina e entra no rio Balsas, que cai no Parnaíba, e na altura de Boa Esperança (PI) e Teresina (PI), tem o rio Poty, que se encaminha para Crateús (CE) e vai se juntar ao Cinturão das Águas. Então, é mais fácil o semiárido ser o primeiro a receber água da Amazônia”, enfatizou.
Para ele, os projetos de transposição devem, primeiramente, buscar água próxima, como ocorreu aqui no Ceará, do Orós para Castanhão, para então trazer água do rio São Francisco e, futuramente, do Tocantins/Araguaia, na região amazônica.
Sobre a transposição do Amazonas para São Paulo, ele disse que é muito complicado. “Os rios que se aproximam do estado de São Paulo não apresentam volume de grande caudal, mas podem reforçar o sistema de abastecimento do Estado, ao contrário do Nordeste que já pegam os rios da Amazônia já numa fase de grande caudal”, concluiu.
De acordo com Marco Antonio Vieira, especialista da Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil, 1% da vazão do rio Amazonas daria para abastecer São Paulo e o Nordeste.
WR/JU