Foi insuficiente o número de deputados, no plenário, para que as matérias fossem votadas. Nova tentativa de aprovação vai ser na terça-feira
FOTO: FABIANE DE PAULA
O Governo do Estado tentou, mais uma vez, em vão, aprovar quatro mensagens de sua autoria na Assembleia Legislativa, ontem, durante sessão ordinária. Isso porque, nem mesmo o número mínimo de deputados para votar as propostas foi alcançado, o que fez com que a discussão fosse adiada novamente, desta vez para a terça-feira da próxima semana. O entrave é sobre a mudança de nome da Secretaria Especial da Copa, para Secretaria de Grandes Eventos.
Logo no início das atividades de ontem, enquanto o painel eletrônico registrava 19 presentes, no Plenário se encontravam somente Eliane Novais (PSB), José Sarto (PROS), Delegado Cavalcante (PDT), João Batista (PROS), Roberto Mesquita (PV), Manoel Duca (PROS) e Tin Gomes (PHS). No entanto, ao final da sessão, quando da fala do último orador, o painel registrava 23 presentes, mas na realidade somente cinco ainda permaneciam no local.
No momento da votação, a Ordem do Dia, que ocorre logo após o Primeiro Expediente, o deputado Tin Gomes, que presidia a sessão convocou o Pela Ordem, que é o momento onde os deputados fazem uso da palavra por até três minutos. A intenção da presidência da Mesa Diretora era ganhar tempo para que mais parlamentares comparecessem, o que não aconteceu. O líder do Governo, José Sarto (PROS), já havia dito que o quórum mínimo para votação, que é de 24 presentes, não seria alcançado.
Vergonha
O deputado Roberto Mesquita (PV) aproveitou a situação e disse que a base do governador Cid Gomes estava "envergonhada" em ter que votar a matéria do Poder Executivo, e por isso se ausentou da sessão. "Antigamente a base acreditava no Governo, vinha para cá e se levantava constrangida. Hoje, o que nós vemos é que, de novo, quem falta é a imensa base do Governo. Ela derreteu. Estou vendo um esforço dos líderes ao telefone, é de dar dó, é de dar pena", ironizou.
Ele disse que "agradecia" os deputados que estavam com vergonha de construir mirante, "enquanto que a população do Ceará clama por poços profundos". "Os deputados estão com vergonha de vir votar uma Secretaria de Grandes Eventos e PPP, onde haverá a construção de um mirante. É fadiga. O ferro com o tempo encontra capa de ferrugem, e acho que o Governo está se acabando. Os seus companheiros que lhes deram apoio não se esquivem nesse final, e que venham discutir", atacou.
Ele ressaltou que houve decisão da Casa para que fosse realizada apenas uma sessão por semana, às terças-feiras, e criticou a ausência dos governistas. "Espero que a base do Governo continue aqui e não se esconda, não suma. A oposição está aqui, e a base do Governo se esconde".
Já José Sarto, líder do Governo, contestando, afirmou que a sessão da última terça-feira não ocorreu não porque "a base do Governo derreteu", mas devido a saída da oposição do Plenário e ao pedido de obstrução. "A oposição faz o seu discurso e acaba 'saindo fora'. Nós estamos fazendo campanha e já foi decidido que faríamos apenas uma sessão ordinária por semana, e estamos seguindo isso rigorosamente. A oposição não apareceu, e, com certeza, essas matérias vão ficar somente para a próxima semana por conta da oposição", disse.
Dos 39 parlamentares da base governista, somente 19 compareceram à sessão ordinária de ontem. Se outros cinco deputados aliados tivessem comparecido, provavelmente, o quórum mínimo teria sido alcançado. Entre os três postulantes a cargos majoritários da Assembleia, somente Camilo Santana (PT) não apareceu. Mauro Filho (PROS) e Eliane Novais permaneceram quase todo o tempo no Plenário.