Na Bahia, os parlamentares assistiram a uma palestra do superintendente de Comunicação do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), Érico Oliveira. Segundo ele, o complexo industrial tem hoje 90 empresas, que atuam em setores diversos como automobilístico, químico-petroquímico, têxtil, celulose e bebidas, dentre elas a Brastemp, a Ford e a chinesa JAC Motors.
O superintendente afirmou que Camaçari tem faturamento de US$ 15 bilhões e contribui com cerca de R$ 1 bilhão em ICMS. O Polo produz 20% do PIB e 30% das exportações baianas. Gera ainda 45 mil empregos e tem previsão de chegar a 60 mil nos próximos anos. Érico Oliveira disse que a busca por trabalhadores capacitados tem incentivado a extensão das Universidades de Salvador para Camaçari.
Oliveira citou ainda os problemas estruturais do Polo, como o baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) de Camaçari, menor que o de Salvador. Ele destacou falhas no aspecto social, como a falta de projetos de capacitação e lazer, universidade, saúde de qualidade, e afirmou que “Camaçari está perdendo oportunidades por isso”.
O presidente do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da AL, deputado Lula Morais (PCdoB), destacou que as experiências pernambucana e baiana são distintas. “Enquanto Suape é um porto que está mais semelhante ao Complexo do Pecém, que está tomando corpo agora e tem uma gestão diretamente pública no seu desenvolvimento, Camaçari, conta com um porto de 35 anos que já passou por uma gestão pública e hoje sua gestão é compartilhada entre um condomínio de empresas já instaladas em parceria com poder público municipal e estadual”, pontuou ele.
Segundo o deputado, as experiências observadas pela comissão irão servir para guiar o debate no Pacto pelo Pecém. “Nossa intenção é que, conhecendo essas experiências, mobilizando empresários, academia, comunidade e setor público, possamos aprofundar um diagnóstico, encontrar os desafios e propormos uma governança sobre a implantação esse importante equipamento, que é o Complexo do Pecém”, afirmou. Em última instância, complementou Morais, “pretendemos otimizar os efeitos positivos e minimizar os efeitos negativos que trazem esses empreendimentos”.
O deputado Sérgio Aguiar (PSB), membro do Conselho Gestor do Complexo do Pecém, disse que levará os exemplos das duas matizes de gerenciamento dos complexos visitados para construir uma alternativa para o Pecém. “Nem seguindo apenas os êxitos de Suape e Camaçari, mas pensando também nos obstáculos para que possamos contorná-los e tentar fazer um gerenciamento apropriado para esse que é um importante polo de desenvolvimento do Estado”, afirmou Aguiar. Os deputados Dedé Teixeira (PT) e Bethrose (PRP) também participaram da visita.
CV/CG