Você está aqui: Início Últimas Notícias Memória Oral por Verdade e Justiça aborda a resistência estudantil
O conselheiro da Comissão Federal de Anistia do Ministério da Justiça, Mário Albuquerque, afirmou que o movimento estudantil foi uma das trincheiras mais fortes na época. “Foi o setor que mais bateu de frente com a ditadura”, lembrou. Segundo ele, o segmento com maior número de desaparecidos era o estudantil, que tinha mais acesso à informação. “Naquela época, a informação era muito controlada”, assinalou.
O odontólogo, líder estudantil nos anos 1960, Galba Gomes, lembrou que, quando estourou o golpe de 64, era aluno do Colégio Estadual Liceu do Ceará, fazendo parte da direção do Centro Inicial de Educação e Cultura. Em 1965, Galba ingressou na universidade e, a partir de 1966, começou o processo de rearticulação do movimento estudantil, na busca de liberdades. “Foi um período muito rico, do ponto de vista de mobilizações”, relembrou.
Em 1968, Galba disse que foi proibido de colar grau na turma, preso e demitido do emprego. “Eu era o orador da universidade e meu discurso foi submetido à censura. Fui chamado para concordar com as alterações. Não aceitei e me telefonaram avisando que a solenidade havia sido cancelada”, recordou. Conforme ele, nesse ano, todos os concludentes colaram grau nas secretarias da universidade.
O evento contou também com o depoimento da líder secundarista na fase de reorganização do movimento estudantil, Lúcia Alencar. Atualmente ela é coordenadora do Instituto Frei Tito de Alencar.
LS/AT