Ele chamou a atenção para o aumento do uso de entorpecentes e disse que o objetivo da audiência é mostrar à sociedade os malefícios das drogas, em particular, da maconha. Cavalcante acredita que, se as autoridades não agirem urgentemente, os traficantes irão tomar conta do Estado.
O promotor de Justiça e presidente do Conselho Estadual Antidrogas do Mato Grosso do Sul, Sérgio Herfouche, afirmou que o projeto de liberação da droga no Brasil é intempestivo e casuísta. Para ele, o Brasil tem características bem diferentes do Uruguai, o que torna inviável a comparação com o país vizinho. O promotor informou que a maconha se torna porta de entrada para outras drogas, porque os traficantes misturam cocaína e crack para viciar o usuário em outras drogas e lucrar mais.
Sérgio Herfouche criticou ainda a legislação brasileira, que atenua a pena de pessoas que praticam crimes sob influência de drogas, mas não obriga essas pessoas a se tratarem.
O delegado e corregedor da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Alexandre Zakir, afirmou que não se pode argumentar que a legalização irá diminuir o poder do tráfico. Ele acredita que o tráfico continuará usando a maconha como forma de viciar os usuários em outras drogas. Segundo Zakir, os impostos arrecadados com álcool e cigarros não são suficientes para financiar os tratamentos de problemas de saúde causados pelo seu uso, e com a maconha não seria diferente.
A audiência teve também a participação do psiquiatra Fábio Gomes de Matos. Ele destacou que não há garantias de que a maconha não seja vendida para menor de idade, caso seja legalizada. O psiquiatra ressaltou que os jovens ainda têm o cérebro em formação e que há grandes prejuízos pelo uso da droga, com aumento de possibilidade de surtos psicóticos e diminuição do Q.I. O médico citou ainda o caso da legalização no Colorado, nos Estados Unidos, onde foi comprovado o aumento do número de acidentes de trânsito.
O vereador Paulo Diógenes (PSB) contou sobre sua experiência como usuário de drogas e sobre seu tratamento contra a dependência. Ele afirmou que a maconha é uma das portas de entrada para outras drogas, mas que a falta de políticas eficientes para os jovens também colabora para a entrada deles no mundo das drogas. Paulo Diógenes ressaltou que é preciso acreditar que há recuperação e que é fundamental oferecer o tratamento para que isso seja possível para todos os adictos.
O artista cearense Walmyr Castro, o Neopineo, também esteve presente para falar sobre sua luta contra as drogas e se posicionou contra a legalização da maconha, além de ter defendido a internação compulsória para os adictos mais graves.
Participaram, ainda, da discussão a assessora Especial de Políticas sobre Drogas do Estado, Socorro França e a A coordenadora de Políticas sobre Drogas da Prefeitura de Fortaleza, Juliana Sena.
JM/LF