A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa discutiu, nesta segunda-feira (31/03), no Auditório Murilo Aguiar, os casos de violação de direitos humanos dentro de cruzeiros internacionais. Os trabalhos foram presididos pela deputada Eliane Novais (PSB), propositora do debate, e contaram também com a participação da deputada Fernanda Pessoa (PR).
Eliane justificou que o Colegiado recebeu denúncias de casos de violência, escravidão, prisões e até morte de pessoas que trabalham em cruzeiros internacionais. “Iremos encaminhar as denúncias e provas para a Corte Internacional de Direitos Humanos para que seja feita uma rigorosa apuração do que realmente acontece nesses cruzeiros”, disse a deputada.
Segundo ela, há denúncias de que quando esses trabalhadores adoecem são largados no porto onde o barco atracar, sem nenhum tipo de ajuda, nem mesmo para voltar ao país de origem. “Temos a obrigação de apurar para que outras pessoas não sejam iludidas”, comentou. A empresa foi convidada para a audiência, mas não mandou nenhum representante. Alegou que seria responsável apenas pelo treinamento da mão de obra.
Há casos em todo o Brasil. Rosângela Bandeira, presidente da Organização das Vítimas de Cruzeiros (OCV), relatou o episódio no qual foi vítima a filha dela, Camila Peixoto Bandeira. Segundo Rosângela, sua filha foi morta após sucessivos espancamentos pelo namorado, também tripulante do navio, mas a companhia teria simulado o suicídio da garota.
O cearense Márcio Freitas era estagiário de Direito quando, encantado com um anúncio, decidiu concorrer a uma vaga para trabalhar em cruzeiros. Achava que iria ter uma jornada de 11 horas diárias como “buffet-boy”. Mas encontrou uma realidade bem diferente. “Trabalhava de 16 a 18 horas por dia, por nove meses corridos”, disse. Segundo ele, as pessoas recrutadas para o trabalho nos navios, além de terem seus direitos trabalhistas violados, são agredidas e submetidas a situações como tráfico de drogas, assédio moral e sexual.
Participaram também da audiência representantes da Polícia Federal, da Delegacia do Trabalho e da Arquidiocese de Fortaleza.
CP/LF
Eliane Novais quer levar à Corte Internacional denúncias contra cruzeiros
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa discutiu, nesta segunda-feira (31/03), no Auditório Murilo Aguiar, os casos de violação de direitos humanos dentro de cruzeiros internacionais. Os trabalhos foram presididos pela deputada Eliane Novais (PSB), propositora do debate, e contaram também com a participação da deputada Fernanda Pessoa (PR).
Eliane justificou que o Colegiado recebeu denúncias de casos de violência, escravidão, prisões e até morte de pessoas que trabalham em cruzeiros internacionais. “Iremos encaminhar as denúncias e provas para a Corte Internacional de Direitos Humanos para que seja feita uma rigorosa apuração do que realmente acontece nesses cruzeiros”, disse a deputada.
Segundo ela, há denúncias de que quando esses trabalhadores adoecem são largados no porto onde o barco atracar, sem nenhum tipo de ajuda, nem mesmo para voltar ao país de origem. “Temos a obrigação de apurar para que outras pessoas não sejam iludidas”, comentou. A empresa foi convidada para a audiência, mas não mandou nenhum representante. Alegou que seria responsável apenas pelo treinamento da mão de obra.
Há casos em todo o Brasil. Rosângela Bandeira, presidente da Organização das Vítimas de Cruzeiros (OCV), relatou o episódio no qual foi vítima a filha dela, Camila Peixoto Bandeira. Segundo Rosângela, sua filha foi morta após sucessivos espancamentos pelo namorado, também tripulante do navio, mas a companhia teria simulado o suicídio da garota.
O cearense Márcio Freitas era estagiário de Direito quando, encantado com um anúncio, decidiu concorrer a uma vaga para trabalhar em cruzeiros. Achava que iria ter uma jornada de 11 horas diárias como “buffet-boy”. Mas encontrou uma realidade bem diferente. “Trabalhava de 16 a 18 horas por dia, por nove meses corridos”, disse. Segundo ele, as pessoas recrutadas para o trabalho nos navios, além de terem seus direitos trabalhistas violados, são agredidas e submetidas a situações como tráfico de drogas, assédio moral e sexual.
Participaram também da audiência representantes da Polícia Federal, da Delegacia do Trabalho e da Arquidiocese de Fortaleza.
CP/LF