Para o deputado Camilo Santana (PT), o resultado da enquete era esperado, mas o ideal é não gastar antecipadamente o 13° salário. “As pessoas já sabem que vão receber e comprometem o dinheiro com o pagamento de dívidas. Mas é sempre bom lembrar que o ano chega com IPTU, IPVA, matrícula de escola; são muitos gastos”, disse. Ele observou que a preocupação com gastos do começo do ano ficou em segundo lugar na enquete.
A deputada Rachel Marques (PT) também acredita que o ideal é não fazer dívidas e concorda com a resposta da maioria dos internautas. “Tem que pagar as dívidas mesmo, essa deve ser a primeira preocupação. O esforço tem que ser antes para não se endividar, mas, se tem dívidas, tem que concentrar no pagamento, porque senão elas se multiplicam”, afirmou.
Segundo a deputada Eliane Novais (PSB), o dinheiro deve ser investido no pagamento de impostos do começo do ano. A parlamentar citou dados sobre o assunto. “A pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou, recentemente, que o consumidor brasileiro deverá gastar o 13º salário no pagamento de dívidas já contraídas (62%). A inflação elevada acabou por aumentar nosso nível de endividamento, portanto, além das dívidas, o 13º será investido no pagamento de impostos do início de 2014", observou.
Com o 13º salário serão injetados, na economia cearense, R$ 3,3 milhões, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Para o superintendente da Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio-CE), Alex Araújo, quando o dinheiro é gasto com o pagamento de dívidas, como respondeu a maioria dos internautas, significa que acaba sendo injetado no comércio de uma outra maneira. “O comércio se prepara para o final do ano porque esse aumento na renda das pessoas estimula o consumo. Para outra parte da população, o 13º é revertido no pagamento das dívidas, ficando também no setor“, disse.
Segundo Socorro Benevides, contadora há mais de 20 anos, os internautas estão certos. “A melhor opção é primeiro pagar o que se deve, para evitar os juros, já que as aplicações não cobrem isso. Depois se guarda para as despesas do começo do ano, e assim se evitam novas dívidas e parcelas que podem comprometer 2014. Só então, deve-se pensar em gastar o que sobrar, se sobrar”, assinalou.
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