O evento, que contou também com as participações das deputadas Rachel Marques (PT), Eliane Novais (PSB) e Inês Arruda (PMDB), foi aberto pela deputada Mirian Sobreira. A parlamentar informou que Assembleia aderiu totalmente à campanha Outubro Rosa, usando a cor rosa em suas dependências. Ela salientou que ao longo da próxima semana haverá vários pronunciamentos realizados pelas deputadas, abordando o tema câncer de mama e, durante todo o mês, serão realizadas atividades de esclarecimento à população.
Ela salientou que no próximo dia 25 haverá uma sessão solene para homenagear todas as entidades que trabalham com a prevenção e tratamento de câncer de mama, e, no próximo dia 29, acontecerá uma audiência pública para também debater o tema com as pessoas e entidades envolvidas no combate à enfermidade.
O médico Luiz Porto Pinheiro, durante a sua exposição, remontou a luta contra o câncer de mama, em 1979, quando ele chegou ao Instituto Nacional do Câncer. Naquela época, segundo ele, a maioria dos casos era incurável, porque não era diagnosticado precocemente. Assim, foi criado um trabalho preventivo, treinando quatro mil professoras para levar esclarecimento à população. Mas os ganhos tinham sido pouco, conforme afirmou o médico.
A partir dessa situação, ficou decidido se investir na formação de quadros, sendo criada a disciplina de oncologia na Faculdade de Medicina. “A luta tem seguimento com a instauração do Comitê Estadual de Controle de Câncer, em 2007, através do Instituto Nacional do Câncer. Naquele ano foram realizados só 8.500 monografias, para uma população de mais de 600 mil mulheres com idade superior a 50 anos do Estado, quando todas deveriam ser avaliadas”, informou.
Entre os fatores que concorrem para a incidência de câncer de mama, o médico apontou o fato de o Ceará ser o estado brasileiro mais endogâmico do país. “As relações de consanguinidade nas relações propiciam o aparecimento dessa enfermidade”, explicou.
Outros fatores que aumentam o risco de câncer de mama, segundo o médico, são o uso de hormônios após a menopausa, poucos filhos e a obesidade. “É urgente que se lute contra o sobrepeso de 60% dos cearenses. Também é importante a atividade física, pelo menos três vezes por semana”, recomendou.
Outras ações que devem ser tomadas, conforme explicou, são a prevenção do alcoolismo, redução do consumo de carne vermelha, e diagnóstico precoce, disponibilizando mamografia para todas as mulheres, com mais de 50 anos. “Porém os mamógrafos existem, mas estão com pouca demanda porque as mulheres não buscam o atendimento. Mulheres têm medo da mamografia, do diagnóstico, e até de perder o cabelo em uma terapia”, disse.
JS/CG