A obra, que conta com 584 páginas, narra a história do padre Domício e da jovem Joana Vadinha, que se sentem profundamente incomodados com a vida miserável dos habitantes da cidade Ferruja (cidade fictícia) e decidem se revoltar contra a oligarquia que domina o município. O romance, que mistura as aventuras fictícias e reais, mostra o impacto das transformações políticas e sociais na vida dos brasileiros em 50 anos de história.
Segundo a deputada Fernanda Pessoa (PR), propositora do lançamento, o momento não poderia ser mais propício para o evento. Pois, segundo ela, como Domício e Vadinha, o povo também está indo às ruas reivindicar melhores condições. “.Apesar de usar verbos no passado, a narrativa mostra a realidade que vivemos hoje, principalmente quando se trata de desigualdade social”, explicou a deputada.
De acordo com Ésio de Sousa, a vontade de escrever um livro que denunciasse a desigualdade social do Estado e abordasse a política local nasceu nos anos 2000, após um seminário de comemoração aos 40 anos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). “Após o seminário eu percebi que obras como as de Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos, que de forma simples denunciavam o sofrimento do povo nordestino, estavam sendo extintas. Então resolvi escrever um livro mostrando a realidade do povo nordestino”, explicou o autor.
Ésio afirmou que o livro demorou cerca de cinco anos para ser escrito e realizou pesquisas em jornais e revistas que falavam da realidade política da época. “Além das pesquisas, minha experiência na Sudene, onde fui superintendente, e tinha contato direto com a realidade dos nordestinos ajudou para desenvolver a narrativa”, explicou. O evento contou com a presença de familiares e convidados do autor.
MA/CG