O parlamentar diz que tem acompanhado de perto a realidade da emergência em Fortaleza e no Estado, principalmente no Instituto José Frota e Hospital Geral de Fortaleza. Apesar dos investimentos realizados, segundo ele, há pelo menos 100 pessoas em macas nos corredores.
Carlomano Marques lembrou que o Estado tem investido grandes somas; construído unidades hospitalares em Juazeiro do Norte, a um custo de R$ 200 milhões, e em Sobral, com R$ 300 milhões. Fora isso, ainda aplicou R$ 120 milhões na ampliação do HGF, e vai construir novos hospitais em Quixeramobim, Região Metropolitana de Fortaleza e na Capital.
“O Governo Cid é revolucionário na educação, saúde e segurança. Pela primeira vez, uma gestão promoveu a criação de cinco hospitais regionais, 32 unidades de pronto atendimento e o cordão fitossanitário. Apesar disso, continuamos em uma guerra civil. Por isso somos a quinta pior cidade brasileira no atendimento médico. Melhor apenas que o Rio de Janeiro, Belém, Maceió e Brasília”, frisou.
Em Fortaleza, o deputado disse que os hospitais gonzaguinhas e frotinhas estão quase desativados e os postos de saúde funcionam sofrivelmente. Isso se deve, em sua opinião, pela falta de transferência de recursos em quantitativos suficientes para financiar o setor. “Não é só gestão, falta dinheiro. É preciso se fazer um projeto de iniciativa popular para carrear 10% da arrecadação bruta à saúde. Isso acrescentaria algo em torno de R$ 32 bilhões. Seria a reposição da perda da CPMF”, avaliou.
O deputado afirmou ainda que sempre defendeu que não existe saúde barata. Segundo ele, os métodos dos diagnósticos avançaram e encareceram. “Há três décadas morria-se sem diagnósticos em aneurismas e AVCs. Hoje a realidade é outra, com os novos equipamentos e procedimentos”, disse.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) disse que quando o dinheiro não é bem empregado, somente novos recursos não resolvem. ”O Rio de Janeiro não tem problema de dinheiro, mas de gestão. Aqui, no Ceará, o Governo faz a revolução no concreto, mas talvez fosse melhor diminuir o ritmo da construção e aumentar a atenção”, sugeriu.
O parlamentar verde considerou ainda que já se cobra no Brasil muito imposto, sendo o país detentor de uma das maiores cargas tributárias do mundo. “O problema maior é de gestão e a União é madrasta, ficando com 65% do dinheiro arrecadado com impostos”.
A deputada Mirian Sobreira (PSB) disse que a pesquisa Índice de Desempenho do SUS, lançada pelo Ministério da Saúde, apontando a saúde de Fortaleza como a quinta pior do país é verdadeira, e vai servir de subsídio para as ações futuras. “A gente vê com muita tristeza que a média do Brasil foi de 5,4, numa escala de 0 a 10”, conforme a mesma pesquisa.
JS/CG