Você está aqui: Início Últimas Notícias Cabeceira homenageia o poeta Rogaciano Leite nesta terça-feira
Organizada por Helena, a edição especial (5ª edição) de “Carne e Alma” é uma homenagem ao centenário, ocorrido em 2020, e teve destaque na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, nos dias 2 a 10 de julho. A ação foi promovida pelo Espaço Cordel e Repente, organizado pela editora IMEPH. Depois da bienal, o lançamento seguiu para várias capitais brasileiras por onde passou o escritor pernambucano.
Publicada originalmente em 1950, a coletânea de poesias é dividida em três partes: "Poemas Sertanejos", "Versos a Esmo" e "Lianas Amazônicas". A nova edição traz a arte do ilustrador Maurício Negro.
Nascido no sertão pernambucano em 1920 e considerado um dos grandes nomes da cultura popular brasileira, Rogaciano Leite iniciou a carreira de poeta violeiro aos 15 anos de idade. Aos 23 anos, mudou-se para Caruaru, no interior de Pernambuco, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru para Fortaleza, tornou-se bancário. Entre 1950 e 1955, residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1968, deixou o Brasil por uma temporada na França e em outros países europeus. Na Rússia, deixou gravado em monumento na Praça de Moscou o poema "Os trabalhadores".
Rogaciano Leite levou a poesia para o público, rádio, jornais, teatro e televisão e ficou reconhecido pela valorização da cultura dos violeiros e repentistas. Com a desenvoltura para a escrita, conseguiu fazer 18 sonetos com um só mote e encher os principais teatros do País, conquistando bronze no Teatro Amazonas.
Os dois primeiros congressos de cantores e violonistas nordestinos foram idealizados, organizados e dirigidos por ele aos 26 anos. O primeiro realizado em maio de 1947, em Fortaleza, no Teatro José de Alencar, e o segundo em outubro de 1948, em Recife, no Teatro Santa Isabel. Rogaciano e os congressos fizeram a poesia popular dar um grande salto. A teatralização da poesia atribuiu importância à cultura poética e ao cantor, tornando-o profissional.
Rogaciano Leite fez história, deixou um legado muito importante para a cultura popular e erudita, repercutindo internacionalmente (Universidade de Poitiers passou a estudar culturas súbitas e cordel, com centro em Paris).
Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são "Acorda Castro Alves", "Dois de Dezembro", "Poemas escolhidos", "Os Trabalhadores" e “Eulália”.
Com produção e apresentação da jornalista Rosanni Guerra, coordenação de Clara Pinho, edição de Samuel Frota e imagens de Evandro Ferreira, Cabeceira vai ao ar às terças-feiras, a partir das 19h20.
LS/AT