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Os impactos da pandemia na vida das mulheres: trabalhar e cuidar - QR Code Friendly
Terça, 08 Março 2022 14:25

Os impactos da pandemia na vida das mulheres: trabalhar e cuidar Destaque

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O dia 8 de março é um marco internacional para os direitos das mulheres, suas lutas, vivências e busca por igualdade. Neste Dia Internacional da Mulher, parlamentares e servidoras da Assembleia Legislativa do Ceará comentam sobre como a pandemia, declarada em março de 2020, afetou as vidas das mulheres em aspectos como sobrecarga de trabalho, saúde mental e violência.

A crise sanitária provocada pela pandemia trouxe riscos à vida, à saúde física e mental, incertezas e aumento da vulnerabilidade, medo, necessidade de isolamento para algumas pessoas e a impossibilidade de isolamento para outras. Nesse contexto, os trabalhos de cuidado tornaram-se ainda mais centrais.

Segundo o estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, do IBGE, em 2019, “as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (21,4 horas contra 11,0 horas)”.

Durante a pandemia, a rotina de trabalho e cuidados tornou-se ainda mais exaustiva, sobrecarregando as mulheres. A pesquisa “Sem parar: o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, realizada entre abril e maio de 2020 pela Sempreviva Organização Feminista e a revista Gênero e Número, apontou que 50% das mulheres brasileiras passaram a cuidar de alguém na pandemia.

As participantes da pesquisa afirmaram ainda que a pandemia e a situação de isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco (40%) e, das que seguiram trabalhando durante a pandemia com manutenção de salários, 41% afirmaram trabalhar mais na quarentena.

A deputada Érika Amorim (PSD) reitera que, infelizmente, as mulheres ainda assumem em maior número o trabalho de cuidado com o outro e, portanto, foram fortemente impactadas pela pandemia.

A parlamentar destaca que, com as mudanças da rotina ao longo da pandemia, as mulheres que são mães, por exemplo, enfrentaram grandes dificuldades com a suspensão de atividades presenciais nas escolas. A falta de rede de apoio para os cuidados com as crianças fez com que muitas mulheres precisassem até se afastar dos trabalhos ou dos seus processos de formação, afirma a deputada.

A seletividade do mercado de trabalho, a falta de equidade salarial e um olhar discriminatório aumentam o rol de desafios enfrentados pelas mulheres, comenta ainda Érika Amorim.

Segundo relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) sobre a Covid-19 e a autonomia econômica das mulheres, a crise causada pela pandemia resultou em um retrocesso de mais de uma década nos avanços que haviam sido alcançados na participação feminina no mercado de trabalho.

SOBRECARGA E PREOCUPAÇÃO

No contexto de crise sanitária, o desequilíbrio da divisão de tarefas e consequente acúmulo de funções pelas mulheres atingiu com aumento de demandas e da pressão tanto para as mulheres que atuam exclusivamente nas atividades domésticas como para aquelas que estão no mercado de trabalho e no ambiente doméstico.

A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) avaliou que as mulheres desempenham muitos papéis e, durante a pandemia, a forma de trabalho mudou totalmente para muitas, que precisaram reorganizar a rotina, os horários e as demandas no ambiente doméstico.

A parlamentar destacou ainda que muitas foram as fontes de preocupação ao longo da pandemia e, entre elas, a situação financeira das famílias, uma vez que houve perda de trabalho e diminuição da renda familiar.

Além disso, o alerta para a saúde mental e o aumento da violência doméstica são pontos de destaque no impacto da pandemia na vida das mulheres, afirma Fernanda Pessoa.

Daniele Freitas, que trabalha como secretária na Assembleia Legislativa do Ceará, comenta a sobrecarga vivenciada pelo acúmulo de tarefas e pela necessidade de adaptação à nova rotina com a pandemia.

Com uma filha de 12 anos com diabetes e, por isso, do grupo de risco, a prevenção, o isolamento e a busca de equilíbrio dos cuidados com a rotina de trabalho remoto e, posteriormente, híbrido e presencial, foram ainda mais desafiadores, explica Daniele.

Ela comenta que as mudanças no dia a dia da família, como as aulas remotas, o trabalho híbrido, o isolamento até mesmo da família, que mora próximo, os protocolos de prevenção seguidos à exaustão, além do medo da exposição para a filha, impactaram ainda no emocional e na capacidade de autocuidado, relata.

As consequências da pandemia na saúde das mulheres e a importância do autocuidado são os temas da segunda matéria da Agência de Notícias da AL sobre o Dia Internacional da Mulher.

SAGS/JI/CG

 

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 955 vezes Última modificação em Quinta, 10 Março 2022 13:33

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