Segundo Elmano Freitas, o atual presidente vem recebendo críticas até de antigos apoiadores e já apresenta queda nas pesquisas que medem a popularidade do chefe do Poder Executivo federal. “Bolsonaro consegue falar mal dele mesmo. Os atos dele são suficientes para despencar nas pesquisas. Ele perdeu apoio pelos atos dele”, disse o deputado.

Ele lembrou que, quando candidato, o presidente dizia que o BNDES financiava cuba e o comunismo, mas, até o momento, não teria sido encontrada nenhuma irregularidade no BNDES, que é um banco lucrativo, pontuou.

Elmano Freitas rebateu também crítica de que o PT teria governado baseado em ideologia e afirmou que é o atual governo que atua com base em ideologias. Ele citou que o fim do acordo com Cuba para recebimento de profissionais médicos para o programa Mais Médicos teria sido inviabilizado por questões ideológicas de Bolsonaro. “Tinha municípios onde havia médicos cubanos e hoje não tem mais nenhum. São mais de mil vagas de médicos não preenchidas até o momento. Bolsonaro tem que dizer o que essas famílias vão fazer agora”, cobrou.

O deputado também criticou a reforma da Previdência, que foi apresentada pelo presidente Bolsonaro. O parlamentar enfatizou que os mais pobres serão os mais prejudicados e citou o caso de idosos que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que hoje é equivalente a um salário mínimo, e passarão a receber o equivalente a R$ 400. Ele também considerou a proposta injusta com os agricultores, que terão, segundo o parlamentar, que contribuir por 40 anos e têm que pagar R$ 600 por ano para ter direito à aposentadoria. “Alguém tem coragem de dizer que é bom? Bom para quem?”, questionou.

O deputado comentou ainda sobre a visita do presidente do Brasil aos Estados Unidos, quando foi extinta a obrigatoriedade de visto para os cidadãos americanos entrarem no território brasileiro, mas os brasileiros continuam sendo obrigados a solicitar o visto para entrar em território americano.

Ele também condenou o fato de o presidente do Brasil aceitar abrir mão do tratamento especial que o País recebe na Organização Mundial do Comércio (OMC), em troca do apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “O Brasil vai perder vantagens no mercado mundial em troca de um apoio futuro”, criticou.

“Tenho certeza de que está ficando claro que ele governa é para os ricos”, observou o parlamentar.

Em aparte, o deputado Moisés Braz (PT) destacou que fez críticas a governos anteriores, mas afirmou que nunca viu a situação que se vê hoje. “Antes, não víamos o País se abaixar para os Estados Unidos como agora. A gente precisa debater a importância do Brasil no mundo”, ressaltou.

JM/CG