“Quero rechaçar com veemência esse tipo de ideia que querem imputar à Casa. Parece que nós todos parlamentares estamos suscetíveis ao poderio econômico e vendendo nosso voto”, disse. Ele negou qualquer ligação com alguém que tenha interesse na aprovação do projeto.

“Eu sou autor desse projeto, apresentei em 2015 e, até hoje, não recebi nem a visita, nem a ligação de nenhum dono de cervejaria. Nem de dono de distribuidora, ninguém ligado a cervejaria do Brasil, com interesse ou não na aprovação do projeto”, esclareceu.

O parlamentar defendeu a urgência na votação da matéria argumentando que a venda da bebida nos estádios já ocorre, mas “de forma desregrada, sem nenhum tipo de limite imposto.” Gony Arruda deixou claro que apresentou o projeto por gostar de futebol, mesmo não tendo o costume de beber em estádios. “Entendo que isso é entretenimento”, assinalou.

Gony Arruda lembrou que a prática foi permitida na Copa de 2014 e, em 2015, deu entrada no projeto. “Acho injustiça a gente preparar o estádio Castelão, onde foram investidos muitos recursos na modernização para os estrangeiros tomarem cerveja e os cearenses não poderem. O Brasil inteiro está tomando cervejas nos estádios”, justificou.

Em aparte, os deputados Evandro Leitão (PDT), líder do Governo, e Julinho (PPS) saíram em defesa do projeto. “Acho uma hipocrisia dizer que estamos aqui estimulando o povo a beber. Defendo porque ando, participo da vida esportiva do Ceara há 40 anos”, acrescentou Evandro Leitão. Ele desafiou a apresentarem qualquer tipo de número relativo à redução de violência nas praças esportivas antes e depois do atual regramento.

Julinho também afirmou ser frequentador de estádios e garantiu que a regulamentação da venda de bebida vai melhorar inclusive a organização na entrada dos torcedores nos estádios. “Hoje os torcedores vão para ao redor das praças esportivas, consomem a bebida e quando entram é tudo de uma vez”, acrescentou.

LS/AT