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Quarta, 31 Mai 2017 06:12

AL tenta resolver impasse entre Exército e pipeiros

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De um lado os motoristas que levam água em carros pipas para as comunidades que precisam do serviço para viver, do outro o Exército que comanda a Ooperação no Ceará. Entre eles, o impasse que parece longe de um consenso: falhas no programa que repercutem no baixo valor pago pelo transporte e no sistema de aferição do serviço. A Assembleia Legislativa entrou no debate para tentar equalizar o problema e trabalhar na solução que beneficie a população.   Ontem, o tema foi debatido em plenário, com a presença do comandante da 10ª Região Militar, general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira.A visita atendeu a convite do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT). Diante dos deputados estaduais, o comandante da 10ª Região Militar fez uma explanação sobre o funcionamento da Operação Carro-Pipa no Ceará. O militar explicou, ainda, como as ações são organizadas e como é feita a fiscalização do trabalho dos pipeiros – responsáveis pelo transporte da água. Segundo ele, a Operação contempla 88 municípios cearenses, atendendo a cerca de 600 mil habitantes. “Isso muda a cada mês, de acordo com a estiagem”, comentou. Há ainda 1.229 pipeiros prestando o serviço. “É uma operação complexa e integrada”, enfatizou. Ele ressaltou que o planejamento da Operação cabe ao Ministério da Integração Nacional.   Na segunda-feira, em audiência pública, também na AL, pipeiros denunciaram atraso no pagamento de serviços prestados em setembro do ano passado e que “até o momento não foram pagos, porque a burocracia do Exército não funciona adequadamente”. Representantes da categoria reclamam da ausência de informações “sobre como devem proceder para ter seu direito assegurado”. Sobre o assunto, o general Estevam Cals Theophilo chamou atenção para a necessidade das prestações de contas. “Para fazer o pagamento, temos que ter a prestação de contas, e o pipeiro tem que fazer de acordo com as ‘carradas’ comprovadas”, esclareceu o general. Sobre a queixa dos profissionais, apresentada durante audiência pública, referente ao baixo valor pago pelo transporte da água entre o manancial e a comunidade atendida, o coronel Claudemir Rangel, chefe do Escritório da Operação Carro-Pipa, explicou que o valor final recebido pelos profissionais leva em conta diversos fatores, como distância percorrida, quantidade de viagem e as vias utilizadas no transporte. Segundo o coronel, a Operação tem que prestar apoio prioritário às populações rurais, podendo, em casos excepcionais, atuar nas sedes dos municípios – para abastecer escolas e hospitais, por exemplo. O Claudemir Rangel informou ainda que, no Nordeste, são atendidos 874 municípios, beneficiando 3,9 milhões de pessoas. No total, são 29 organizações militares responsáveis pela distribuição e 23 mil carros-pipas contratados. “Em um dia, são 650 militares cumprindo essa nobre função de fiscalizar a Operação Carro-Pipa”, disse. Mesmo com as justificativas apresentadas, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) pediu que fossem analisadas as queixas relatadas pelos pipeiros na audiência da última segunda-feira, tais como: problemas com o sinal de telefonia para captação do GPS dos veículos; demora nos pagamentos e defasagem dos valores. Segundo a categoria, existe ameaça de paralisação se os atrasos dos pagamentos não forem regularizados até a próxima segunda-feira. Em 10 anos, o valor pago pelo Exército só foi reajustado em 10%, enquanto os insumos foram majorados em 100% no período, reclamam os pipeiros.   Demandas Entre as demandas apresentadas pelos deputados estaduais, Fernanda Pessoa (PR) solicitou que o Exército atue no município de Boa Viagem, pois, segundo ela, a sede do município está há mais de 20 dias sem água. O general Estevam Cals, no entanto, explicou que a responsabilidade do Exército é de abastecer as áreas rurais, mas que a situação poderia ser avaliada.   Transposição Já o presidente da AL, deputado José Albuquerque, defendeu que o Exército Brasileiro assuma as obras da transposição do Rio São Francisco e conclua o trecho que vai trazer água ao Ceará. “Queremos que a água chegue, como chegou à Paraíba e a Pernambuco”, solicitou. Na avaliação do parlamentar, o Exército poderia concluir o projeto mais rápido que as empreiteiras. Segundo o general, a corporação teria condições de assumir as obras, desde que fosse autorizado pelo Governo Federal.
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