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Camilo: meta é universalizar o ensino de tempo integral - QR Code Friendly
Segunda, 20 Fevereiro 2017 04:52

Camilo: meta é universalizar o ensino de tempo integral

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O governador Camilo Santana (PT) evita, sempre que possível, falar sobre o processo eleitoral que pode resultar em sua reeleição para o comando da administração estadual. Questionado, via de regra, responde com ações que vem desenvolvendo em áreas prioritárias como educação, segurança e no combate à crise hídrica. O detalhe é que, na prática, desde que foi permitida a reeleição, a melhor “campanha” para continuar no cargo é justamente trabalhar por bons indicadores nos primeiros quatro anos. Mesmo sem admitir o plano eleitoral, Camilo está “focado” na boa gestão e resume o assunto afirmando que tem procurado se “dedicar as energias para administrar o Ceará”.   Em entrevista ao jornal O Estado, o governador disse que investimentos educação são a melhor forma de combater a violência no longo prazo. O petista destacou que sua meta de universalizar o ensino de tempo integral no Ceará é instrumento fundamental para aumentar o nível de aprendizagem e afastar os jovens da criminalidade. Até o final de 2018, Camilo diz que quer dobrar o número atual de escolas. “O Brasil deveria focar na educação. Estamos vendo esta crise no sistema penitenciário, isso tudo é falta de uma política de prevenção lá na base”, complementou. Em visita à sede do OE, Camilo também concedeu entrevista para O Estado Web e falou também sobre política e eleições 2018.   [Jornal O Estado] Recentemente, o senhor fez algumas mudanças na estrutura administrativa do seu governo. Em quanto tempo o senhor acha que vão aparecer os resultados? [Governador Camilo Santana] Na realidade, fizemos alguns ajustes para dar mais eficiência, mais ritmo em algumas áreas consideradas importantes. Por exemplo, a segurança. Eu estou muito otimista com o secretário, a presença do secretário nas ruas ouvindo a comunidade. Acho que essa é uma área que temos procurado priorizar, tanto que temos conseguido reduzir por dois anos consecutivos o indicador que mede a violência nos Estados, o homicídio. O Ceará tem dois anos que conseguimos reduzir. Mas, o grande desafio é combater o assalto, que é a grande sensação de insegurança da população. Considero o atual secretário, um rapaz jovem com uma forma de liderança que vem conduzindo os trabalhos nas ruas, já apresenta um resultado importante. Cada mudança tem um tempo, mas são ações que terão continuidade ao que estamos fazendo.   [OE] É inevitável falar sobre a liderança do novo secretário de Segurança, André Costa. Ele possui um perfil que agrega a corporação. Isso neutraliza a mobilização do deputado Capitão Wagner, que faz oposição ao seu governo? [CS] De forma nenhuma. Aliás, quem primeiro tomou a iniciativa de aproximação com a tropa, fui eu, quando assumi o governo. Havia um tensionamento muito forte do Governo com a categoria, então, abri o diálogo, recebi as reivindicações. Inclusive, foi a primeira determinação que pedi ao secretário. Fizemos a lei de promoções, que era uma reivindicação antiga. Promovemos quase 10 mil homens logo no primeiro ano de governo. E tenho mantido essa relação. Até porque é a profissão que exige mais coragem. São homens e mulheres, que colocam suas vidas em risco para defender a vida do povo cearense. Então, é preciso ter reconhecimento. Eles precisam ser valorizados e é isso que tenho procurado fazer desde que assumi. Para mim, independentemente, todos os secretários deveriam ter essa relação. Eu, mesmo, vou dar uma entrevista coletiva sobre educação, mas depois vou visitar obras. Toda semana tenho tirado dois dias para andar nas comunidades, ouvir a população e dialogar. Esse é um papel não só do governador. Esse é o perfil que quero dos meus secretários. Acredito que ele está cumprindo seu papel e, assim, devem ser todos os secretários.   [OE] Mas o Governo reconhece que é uma porta aberta para uma futura negociação em caso de acirramento com a polícia? [CS] Sem dúvida. Tenho pautado nosso governo em cima de uma diretriz e a orientação é de diálogo. Não há motivo para qualquer greve, até porque mantemos um diálogo e, até desafio, o governo que em tão pouco tempo atendeu tantas demandas da área. Posso citar as promoções, uma reivindicação de 15 a 18 anos sem promoção. Pediram para mudar a escala de trabalho, nós mudamos. Criei o reforço operacional. Se pagava R$ 5,00 de hora extra, eu aumentei para R$ 30,00. Está na Assembleia [Legislativa] a média do Nordeste para ser paga até o final do meu governo. No próximo mês, estou entregando 300 viaturas novas para polícia. Estamos investindo em equipamento. Então, não há motivos. Acho que greve é quando não há diálogo, e também é preciso compreender o momento que estamos vivendo. O Estado está rigorosamente em dia. Temos feito, inclusive, aumentos salariais para diversas categorias. Promoção também é aumento.   [OE] Até agora, tudo aconteceu dentro das suas previsões? [CS] Não imaginava pegar um governo num momento tão difícil. Então, isso tem exigido muito de nós. Claro que momento de crise também é momento de criatividade, um olhar de mais austeridade. Mas, o que mais tem nos deixado angustiado é o problema da seca. Já vinha com três anos de seca, com mais dois do meu governo. Isso tem nos exigido esforços além do normal, do ponto de vista para garantir que a população não sofra com problema da água no Ceará, mesmo assim temos o Estado entre os mais equilibrados do país, financeiramente e mais investimentos públicos. O estado que bateu record de transplante de órgãos. Enfim, temos desafios, temos problemas, temos inúmeros, mas, em momento de crise como essa, o Estado tem mantido resultados importantes. Só em Fortaleza estamos construindo 17 escolas de ensino médio. Nós, começamos as primeiras escolas de tempo integral em 2015, mas 45 este ano. São 71, enquanto não tínhamos nenhuma no ensino médio. Inclusive, acho que é a grande saída para o Brasil. Falamos tanto de violência, mas se não trabalharmos prevenção: quem tá matando e morrendo, hoje, são os jovens. Então, se conseguir colocar estes jovens na escola e dar oportunidade para ele de futuro, estou protegendo essa moçada. Disse isso para Dilma [Rousseff]. Disse isso para o presidente [Michel] Temer. O Brasil devia focar na educação, pois é a grande saída para o País. Estamos vendo aí a crise no sistema penitenciário. Esses problemas são devido a falta de políticas na base.   [OE] Na chapa para presidência da República que o senhor defende, juntando Ciro Gomes e Fernando Haddad, o PT reagiu. Faz muito tempo que as suas opiniões não são as mesmas de integrantes do seu partido. Isso demonstra que o senhor não tem mais entendimento com o PT do Ceará? [CS] Para mim, o importante é ser sincero naquilo que acredito e defendo. Inclusive, acho que está cedo para falar sobre isso. Apenas, disse que era simpático ao nome do Ciro [Gomes] e acho que o Fernando Haddad foi um grande prefeito. É um cara jovem. Foi ministro da educação. Cara talentoso. E acho que é preciso uma política de renovação, novas lideranças, novos quadros. Então, estou apenas estimulando o debate. Se tem gente que acha bom e acha ruim, isso terá em todos os partidos e temos de ter maturidade, neste momento, avaliar o cenário nacional, embora esteja longe. Mas, também temos várias opções para discutir até 2018.   [OE] Governador, o senhor tem evitado comentar sobre mudança partidária. Mas, não posso deixar de insistir. O senhor já tratou do assunto com algum partido. O PSB seria o caminho mais fácil? [CS] Já. Mas tenho procurado me dedicar as energias para administrar o Ceará. Estamos atravessando um momento difícil no País e uma crise hídrica no Ceará. Meu foco tem sido para este assuntos. Como a sucessão só acontece em 2018, então, vamos deixar o tempo e o momento certo para discutir sobre eleição.   [OE] Já chegou a pensou em não concorrer às eleições de 2018? [CS] Acredito no projeto em curso no Ceará. Tive o privilégio de secretário do ex-governador Cid durante os dois governos. E somos de uma geração que acreditamos que o grande caminho para construir uma sociedade mais justa é a educação. Ceará tem dado este exemplo para o País. Fruto de uma política iniciada lá em 2010 e continuada. Agora, em 2015, ampliei para o 9º ano, a premiação das escolas. Gastamos R$ 60 milhões/ano só em premiação para escolas e alunos de ensino fundamental em todo Ceará. Independente de ideologia ou cor partidária, os cearenses precisam estar orgulhoso dá uma demonstração de termos as melhores escolas públicas do País. Claro que ainda precisamos melhorar. Eu defendo um projeto que tem levado o Ceará a resultados importantes, como na educação, desenvolvimento. Colocamos para funcionar, recentemente, um grande sonho do Ceará, que é a Siderúrgica. Estamos num mandato e é natural disputarmos uma reeleição. Mas, repito, esta questão eleitoral será discutida no momento certo. Agora, estou focado em cumprir os compromisso assumidos em campanha.   [OE] Sua base na Assembleia Legislativa vem travando uma quebra de braço para extinguir o Tribunal de Contas dos Municípios [TCM]. Isso tem mais uma conotação econômica ou política? [CS] É importante a população entender que não é acabar com o Tribunal. Se você imaginar que dos 27 entes federativos, apenas 4 possui dois órgãos. Caso do Ceará. Porque a grande maioria funciona só com um. Porque precisamos ter dois? É mais despesa. São dois prédios. Enfim. O que foi discutido e a grande maioria votou foi pela unificação dos Tribunais. Na maioria dos estados brasileiros, a fiscalização não só acontece. TCE, hoje, é responsável apenas pela fiscalização do Estado. Muitas vezes, é ocioso. Lá, tem espaço suficiente para funcionar os dois Tribunais. Terá o aproveitamento de todos os servidores concursados. Segundo estudo, a economia inicial é de R$ 20 milhões e foi colocado para saúde. Ou seja, é mais recurso para saúde. Ou seja, é uma discussão que precisa ser feita com sinceridade e transparência. Eu não vou entrar nesta discussão política. É uma decisão mais pelo momento e surgiu mais pelas decisões que o Governo vem tomando. Estamos fazendo economia. Cortei 25% dos cargos comissionados. É o momento de cada um fazer sua parte. Estamos aguardando uma decisão do STF [Supremo Tribunal Federal].   [OE] Ainda faltam dois anos de governo, mas, em sua opinião, qual o principal legado que o governo Camilo Santana deixará para o Estado do Ceará, apesar dos problemas enfrentados? [CS] Após fim dos quatro anos de governo, quero deixar para população é o avanço mais ainda na educação cearense. Nós, falamos tanto de segurança. Claro que também é uma das coisas que quero dizer ao final do meu governo, que consegui melhorar os indicadores da violência do Estado. Se não investirmos na prevenção, dificilmente iremos avançar nesta questão da violência. Primeiro, educação. Hoje, você tem que investir em escolas. Muitas vezes, falta experiência nos jovens. Isso tem feito a grande diferença. Tenho visto depoimento de mães, que falam como a vida destes jovens melhorou. Quero ampliar. Assim, você dar oportunidade aos jovens. Tem alunos passando em cursos superiores concorrido e são da escola pública. Conseguimos reduzir a evasão escolar no ensino médio. Estamos fazendo um programa de acompanhamento dos alunos. Trouxemos 1.000 alunos do interior. Isso é uma forma de acolher e estimular sobre a importância da educação. Nossa meta é evasão zero. Qualquer legado, para um gestor, é a melhoria na educação. Claro que quero ver melhorar os índices econômicos, dentre outras áreas.   LAURA RAQUEL Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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