De acordo com a parlamentar, a prática coloca em risco mais de 2,5 milhões pessoas anualmente. No Brasil, conforme a deputada, não há números recentes.
“O tráfico de pessoas é apontado como uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo. Segundo as Nações Unidas, 80% das vítimas são exploradas como escravas sexuais. Mas o tráfico apresenta inúmeras faces de exploração e pode estar relacionado ao comércio de órgãos, à pornografia infantil, servidão doméstica, trabalho escravo e imigração ilegal”, observou.
Conforme a parlamentar, na quarta-feira (15/02), a Polícia Federal desarticulou uma quadrilha internacional especializada em tráfico de pessoas para exploração sexual. O grupo atuava em Fortaleza, mas também aliciava jovens em Minas Gerais, São Paulo e Bahia para prostituição em duas boates na Eslovênia.
Fernanda Pessoa relatou que cerca de 92 policiais participam da Operação Marguerita, que cumpre 134 mandados de busca e apreensão, 13 de prisão preventiva, dois de temporária e 18 de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal no Ceará. "Parabenizamos a ação da Polícia Federal no combate ao tráfico de mulheres", pontuou.
A deputada disse ainda que o mais grave é que as vítimas são, na maioria, meninas, com idade média entre 18 e 20 anos e de origem humilde, que "acreditam em promessas de melhores condições de vida em outros países”.
A parlamentar relatou que, quando levadas para outros países, as vítimas são obrigadas a trabalhar nas boates se prostituindo, sem nenhuma liberdade e em péssimas condições, tendo inclusive que pagar por alojamento e pela alimentação.
Nesse caso, de acordo com a Polícia Federal, acrescentou a deputada, as meninas recebiam 150 euros por noite, mas 50% do valor era retido pela quadrilha. Parte do dinheiro ficava com os donos das boates na cidade eslovena de Nova Górica. Outra parte era enviada para Fortaleza, para os donos das agências que aliciavam as mulheres.
LS/AT