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Audiência pública discute excesso de tarifas e juros - QR Code Friendly
Sexta, 28 Agosto 2015 04:28

Audiência pública discute excesso de tarifas e juros

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  A Comissão de Defesa do Consumidor, na Assembleia Legislativa do Ceará, realizou, na tarde de ontem, audiência pública para discutir excessos, por parte de instituições financeiras, na estipulação de valores de tarifas de serviços e percentuais, além da metodologia de cálculo de juros. Antes, o assunto foi amplamente debatido no Plenário da Casa. O deputado estadual Odilon Aguiar, presidente da Comissão, disse, na sessão legislativa de ontem, que o Procon da Assembleia Legislativa atendeu, no primeiro semestre deste ano, mais de 400 pessoas que não conseguem pagar suas dívidas devido às altas taxas de juros. "Não estamos defendendo caloteiros, queremos proteger as pessoas de bem. Sabemos de casos em que cidadãos, por não conseguirem pagar suas contas, chegam a cometer suicídio. É um absurdo o que os bancos têm feito com os brasileiros", alertou. O deputado Roberto Mesquita (PV) defendeu a redução das taxas de juros. O parlamentar destacou como exemplo os juros dos cartões de crédito, que chegam a 400% ao ano. "É impagável, essas instituições massacram os brasileiros", criticou. Mesquita mencionou prejuízos gerados ao Estado pela atuação no Banco Central, quando aumenta a taxa básica de juros e aprova programas de "swap" cambial para controlar variação do dólar. Segundo ele, o prejuízo com contratos deste tipo chega a R$ 115 bilhões. Swap é uma operação em que há troca de posições quanto ao risco e à rentabilidade entre investidores. Crise O deputado Joaquim Noronha (PP) lembrou que é papel do parlamentar fiscalizar os órgãos que extrapolem o bom convívio social. Ele ressaltou que os bancos estão fora de consonância com o momento social do País. "Enquanto o País vive uma crise de alto grau, existe um seguimento com lucro sempre crescente", observou. Noronha citou as taxas de manutenção cobradas por contas abertas por brasileiros. "Mesmo sem usar uma conta que esteja aberta, será cobrada do cidadão a taxa de manutenção", disse. Enquanto a indústria recuou mais de 6% no primeiro semestre e o comércio registrou a maior queda nas vendas desde 2003, o lucro dos bancos bateu recordes. Somados, os ganhos dos quatro maiores bancos cresceram mais de 40% no primeiro semestre em comparação com os primeiros seis meses de 2014. Juntos, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander tiveram ganhos de quase R$ 34 bilhões contra R$ 23 bilhões no mesmo período de 2014. O Santander teve o melhor desempenho, aumentando lucro contábil em 336%.  
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