O parlamentar disse que, baseado em informações da área técnica do Executivo estadual, as tuneladoras são equipamentos específicos para as obras como a da linha leste do metrô de Fortaleza. Na época, informou o parlamentar, quando as empresas colocaram o preço desses equipamentos, o então secretário da Infraestrutura do Estado, Adail Fontenelle, percebeu que era melhor adquirir as máquinas porque a compra iria proporcionar uma economia de R$ 200 milhões aos cofres do tesouro estadual.

Mesquita lembrou que essa obra considerada de mobilidade foi celebrada por todos, inclusive na Casa, quando a presidente Dilma Rousseff veio ao Ceará e anunciou o PAC da Mobilidade Urbana que garantia investimentos da ordem de R$ 6 bilhões.

"As grandes obras executadas num Estado pobre como o Ceará necessitam de convênios com o governo federal. Não podemos fazer comparação da compra dessas tuneladoras com a aquisição de patrol, tumógrafos ou máquinas perfuratrizes", desabafou.

Segundo o deputado, a estimativa é que no ano de 2020 Fortaleza terá três bilhões de habitantes e a construção da linha leste vai beneficiar 400 mil pessoas por dia quando o metrô estiver funcionando, garantindo a mobilidade urbana.

Em aparte, o deputado Carlos Matos (PSDB) disse que é importante reconhecer onde há acerto e erros para corrigir. "São Paulo e Rio de Janeiro são cidades cruzadas por linhas de metrô e não têm nenhuma tuneladora.  O que questiono é a gestão dos recursos. O Hospital São José, por exemplo, está há quatro anos com o tumógrafo parado por falta de recursos. O meu temor é que esses equipamentos adquiridos pelo governo do Estado virem sucata antes de a construção da linha leste ser iniciada", declarou.

O deputado Heitor Férrer (PDT) também disse temer que os equipamentos virem pó antes da obra iniciar. O parlamentar adiantou que está preparando  uma representação para encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) solicitando esclarecimentos sobre a compra desses equipamentos.
WR/JU