O deputado Heitor Férrer (PDT) repudiou, ontem, a possibilidade da realização de parto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem a presença do pediatra ou do neonatologista em casos em que não há riscos para o bebê. De acordo com o deputado, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde, está realizando consulta pública para viabilizar a mudança, visando cortar despesas.
Na avaliação do parlamentar, a medida retira das gestantes o direito de que seus filhos sejam atendidos por especialistas no primeiro minuto de vida. "Dados apontam que, de 6.929 parturientes acompanhadas, 325 tiveram problemas. Foram 325 crianças, das seis mil, que só sobreviveram porque tinha um pediatra para assisti-las naquele momento", apontou.
Caso os especialistas sejam retirados da sala de parto, opina o deputado, obstetras ficarão em uma situação difícil, uma vez que, além da cirurgia da mãe, terão de se preocupar com a saúde da criança. Para o pedetista, a mudança terá maior impacto para as mães mais carentes, que utilizam o serviço público de saúde. "Será que este cidadão que teve essa ideia mandaria sua filha para a sala de parto sem um neonatologista? Claro que não, ele contrataria os melhores", criticou o pedetista.
O parlamentar ainda alertou que, caso a mudança venha a ser realizada no atendimento do SUS, é provável que a iniciativa privada também faça o mesmo com o objetivo de conter despesas. Endossaram o discurso de Heitor Férrer os deputados Leonardo Pinheiro (PSD), Silvana Oliveira (PMDB) e Danniel Oliveira (PMDB).