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Eunício diz que projeto foi “moeda eleitoral” - QR Code Friendly
Sexta, 30 Janeiro 2015 06:49

Eunício diz que projeto foi “moeda eleitoral”

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  Importantes lideranças políticas do Ceará continuaram a se manifestar, após serem pegas de surpresa com o anúncio da desistência da Petrobras em instalar a Refinaria Premium II no Ceará. No primeiro momento, nomes de destaque do Estado, no Senado e na Câmara Federal, adotaram o silêncio, enquanto ganhavam tempo com conversas com grupos políticos aliados à presidente Dilma Rousseff (PT), com o intuito de entenderem a razão da decisão da estatal, e se prepararem para se pronunciarem, haja vista que grande parte é aliada da presidente Dilma. Mesmo assim, as críticas foram severas. Aliados do ex-governador do Estado, Cid Gomes (Pros), e do atual, Camilo Santana (PT), adotaram o mesmo discurso: o de continuar lutando pelo equipamento. MOEDA DE TROCA O senador Eunício Oliveira (PMDB) que é aliado da presidente Dilma Rousseff e adversário político do governo do Estado e do ex-chefe de Estado, Cid Gomes (Pros), por meio de nota à imprensa, mostrou-se indignado com o fechamento do projeto e afirmou que antes de a Premium II transforma-se em pó, serviu apenas como moeda de toca política. “É uma vergonha que um investimento tão importante tenha sido tão mal planejado e gerenciado, e encerre de maneira decepcionante o sonho da refinaria no Ceará”, afirmou o peemedebista. Na sequência, Eunício aponta que “muito suor” e “muito dinheiro” foram derramados e avaliou que todos os autores “dessas façanhas” devem ir a público, dar as devidas explicações e serem responsabilizados. “R$ 657 milhões dos cearenses foram utilizados em uma refinaria que virou pó. Sonho que foi vendido, inclusive, como moeda política nas eleições de 2014 aqui no Estado”, frisou. SURPRESA O senador José Pimentel (PT) também se manifestou sobre o encerramento dos investimentos da Petrobras e assegurou ter ficado surpreso com a determinação. De acordo com o petista o turbilhão de problemas causados pelas denúncias de corrupção na Petrobras, pode ter contribuído para o resultado divulgado. “Recebi com surpresa a decisão da Petrobras de encerrar os investimentos para a construção da refinaria Premium II no Estado do Ceará”, reconheceu a priori, salientando ainda: “Reconheço que a companhia enfrenta uma conjuntura complexa no âmbito interno e externo que pode ter influenciado nesta decisão”, complementou. De acordo ainda com Pimentel, o equipamento tem grande “importância” para a estratégia de desenvolvimento do Ceará, no sentido da geração de trabalho e riqueza para os cearenses, com impacto na renda nacional. “Como senador, eleito pelas famílias cearenses, estarei ao lado do governador Camilo Santana, trabalhando junto às autoridades competentes para que esse projeto seja retomado o mais breve possível”, pontuou. À LUTA O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado Zezinho Albuquerque (Pros), que levantou como bandeira de sua gestão a luta pela implantação da Premium II, também reconheceu que a notícia o surpreendeu, e assim, como Pimentel, ficará aguardando a audiência com a presidente Dilma, a fim de cobrar a implantação da refinaria no Estado. “Fomos pegos de surpresa com essa notícia. Estou esperando a audiência com a presidente Dilma, solicitada pelo governador Camilo Santana, para saber o que houve e decidir como daremos continuidade a esta mobilização”, ressaltou. Na campanha pela implantação do projeto, Albuquerque chegou a visitar, no ano passado, dezenas de municípios, apontando, inclusive, os avanços com relação à instalação da Premium II. “A refinaria foi um compromisso firmado pelo ex-presidente Lula e ratificado pela presidente Dilma Rousseff com o povo cearense, e precisa ser cumprido”, afirmou. Segundo ainda o presidente, a desistência foi “uma grande descortesia da Petrobras para com o povo cearense”. O parlamentar assegurou que continuará a mobilizar a população em defesa da instalação da refinaria e ressaltou que equipamentos como estes “só acontecem quando a sociedade se mobiliza”. O presidente explicou, ainda que, todas as exigências feitas pela Petrobras para a instalação da refinaria foram cumpridas pelo ex-governador Cid Gomes. “Iremos continuar trabalhando e cobrando das lideranças a realização desse sonho, pois o grande salto econômico do Ceará só será dado com a construção dessa refinaria”, defendeu. PREJUÍZO ECONÔMICO O deputado federal e ex-ministro da Secretaria Especial dos Portos, Leônidas Cristino (Pros), afirmou que recebeu com muita “tristeza” a notícia de que o empreendimento foi negado. Ele observa que o País precisa refinar mais petróleo, para que o déficit da balança comercial diminua. “A refinaria é muito importante para o Ceará, também para o Nordeste e, acima de tudo, para o Brasil”, pondera. Para o parlamentar, a desistência traz prejuízos à economia, tendo em vista que o Brasil precisa de mais dólares para comprar combustível refinado no exterior. “Se o Brasil precisa de mais refinarias, porque não implementar uma unidade no Ceará, que já tem projeto, já tem o terreno e o governo estadual já investiu cerca de R$ 657 milhões na preparação para receber essa importante área industrial ?”, questiona.
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