De acordo com a parlamentar, este é um dia para ser celebrado e lembrar também dos desafios, já que, após 126 anos da abolição os negros, e mesmo com as conquistas, o racismo é presente. Segundo ela, os negros são as maiores vítimas da pobreza, desigualdade e violência.

Eliane Novais destacou que há pouca presença dos negros em espaços de decisão e na política, mesmo eles sendo, juntamente com os pardos, a maioria dos eleitores no País.

A deputada ressaltou que o Anuário Brasileiro da Violência, publicado em 2013, mostra que o Ceará ocupa o 2º lugar em mortes por arma de fogo e que, a cada duas horas, uma pessoa é assassinada no Estado. No Brasil, esse número sobe para um assassinato a cada 10 minutos.

A parlamentar informou ainda que a estatística demonstra o extermínio da juventude negra do nosso País. Segundo ela, 68% das vítimas são negras, e a expectativa de vida dos negros é seis anos menor que a média dos brasileiros.

Para Eliane Novais, esses dados demonstram necessidade urgente de estabelecer políticas públicas de igualdade e a realização de ações afirmativas, como a implementação prática do ensino da história africana.

A deputada ressaltou a história do Ceará, que tem como um dos símbolos o jangadeiro conhecido como Dragão do Mar, que se recusou a transportar escravos. A atitude contribuiu para a luta abolicionista no Estado, que resultou na abolição dos escravos quatro anos antes do restante do Brasil.
JM/CG