Os deputados mostraram pouco interesse em debater com o secretário de Infraestrutura do Estado. O plenário estava parcialmente vazio, ontem
fotos: josé leomar
Foi pequena a plateia que ouviu a explanação do secretário Adail Fontenele, no plenário da Assembleia, ontem
Assim como foi no primeiro dia de debates entre os secretários do Governo Cid Gomes e deputados da Assembleia Legislativa, há 15 dias, ontem, poucos foram os parlamentares que prestigiaram a apresentação de Adail Fontenele, da Secretaria de Infraestrutura, que mostrou ações implementadas pela pasta no plenário do Legislativo cearense.
Somente 12 deputados estavam presentes no início das explicações de Adail no plenário da Casa, bem menos do que reuniu Mauro Filho (Fazenda) há duas semanas, iniciando a programação traçada pelo presidente da Casa, deputado José Albuquerque, de levar todos os secretários do governador à Assembleia.
O secretário discorreu por quase duas horas sobre todas as ações da administração estadual da qual faz parte deste o primeiro Governo de Cid Gomes. Ele falou de obras realizadas nos últimos anos, assim como aquelas que estão em andamento ou projetadas para serem realizadas, como a mais polêmica do momento, que é a Ponte Estaiada sobre o parque do Cocó. O debate com os parlamentares começou por volta das 11h20, sob a presidência do deputado José Albuquerque (PSB) quando dez deputados estavam presentes no plenário, enquanto o painel eletrônico registrava 37 inscrições.
Desapropriações
Alguns deputados chegaram a fazer questionamentos ao gestor, sobre diversos assuntos, como Refinaria Premium II, desapropriações para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), e propostas de ciclovias na Ponte Estaiada. Ele lembrou que o prazo para início dos trabalhos da Refinaria é 31 de dezembro de 2017 e que a Petrobras só aceitou fazer as obras porque o projeto teve que ser modificado para atender as exigências da empresa.
Sobre as desapropriações para o VLT, o secretário afirmou estar tendo dificuldades para que isso seja feito e salientou que a velocidade para a retirada das famílias por onde irá passar o transporte não é a que o Governo queria, mas prometeu que até o mês de outubro isto estaria resolvido. Ele garantiu que todas as pessoas estão analisando ser mais vantajoso mudar, visto que a condição em que vivem é sub-humana.
Adail Fontenele explicou ainda que a construção de um mirante na Ponte Estaiada não foi ideia sequer do governador Cid Gomes, mas de um conjunto de técnicos que acharam melhor que fosse construído um equipamento ao longo da via.
Isoladas
"Aquela obra não pode ser vista apenas como uma ponte sobre o Rio Cocó. Ela é uma parte desse fabuloso projeto que vai só beneficiar Fortaleza e a região leste da cidade. Não vejo nenhuma desvantagem e nenhum ponto negativo pois vai ligar comunidades totalmente isoladas. Mas eu acato todo e qualquer tipo de crítica e espero que as pessoas conheçam que esse é um ponto positivo para nossa cidade", disparou.
A deputada Eliane Novais (PSB), que tem defendido uma maior discussão sobre a criação desta ponte, ainda que diga não ser contra a sua construção, propôs que fosse realizada uma audiência pública com entidades de proteção do meio ambiente e não somente com os parlamentares. Ela quer que o assunto seja debatido também com vereadores da Câmara Municipal de Fortaleza.
Ela questionou ainda os motivos de não ter espaço no projeto para instalação do equipamento, a construção de ciclovias e áreas para os pedestres, visto que segundo disse, é necessário uma integração com a Avenida Washington Soares. Adail Fontenele, afirmou que até pensou em fazer isso, mas disse que precisaria desmatar e foi a ele recomendado não fazer as ciclovias. "Eu também queria fazer isso, mas acharam melhor não. Ainda assim eu agradeço a preocupação da deputada", ressaltou.
Logística
O secretário ainda se debruçou sobre diversas obras, como Porto do Pecém, Metrofor, Arena Castelão, VLT, parque de energia eólica, infraestrutura de transporte, Transnordestina e distribuição de gás. Ele lembrou que as primeiras "grandes obras" são os modais de transporte, cabendo à Seinfra cuidar de toda a logística, destacando o complexo portuário do Pecém.
Segundo disse, o equipamento está apenas a 50 km de Fortaleza, com estrutura de transporte ferroviário, correia transportadora, equipamentos de descarregamento de navio sem prejudicar o meio ambiente.
"A ampliação permite o aumento da movimentação de contêineres, faturando por mês R$ 4 milhões. Antes era deficitário. De 100 mil contêineres transportados por ano podemos chegar a 750 mil contêineres, com a expansão", explicou.
O gestor afirmou ainda que o Metrofor foi recebido pela atual administração com deficiências graves e disse que a Linha Oeste foi remodelada, com apoio do Governo Federal, servindo a cidade de Caucaia. A Linha leste do metrô custará R$ 3,4 bilhões, com R$ 1 bilhão do Governo Federal e R$ 1 bilhão emprestado pela Caixa Econômica Federal e R$ 1,43 bilhão do Governo do Ceará. Serão 13 km de linha, submetidos a uma parceria público privada.
Estiveram presentes à exposição de Adail Fontenele, além dos parlamentares, Rômulo Forte, presidente do Metrofor; Antonio Cambraia, presidente da Cegas; Sérgio Azevedo, superintendente do Departamento Estadual de Rodovias (DER); Igor Ponte, superintendente do Detran; Sílvio Campos, superintendente do Departamento de Arquitetura e Engenharia (DAE).