Para o parlamentar, o projeto em desenvolvimento no Estado tem um potencial muito perigoso para a saúde pública e para o meio ambiente. “Desde os anos 1970, o potencial mineral do Ceará está presente em alguns planos de Governo, mas, estudando a matéria há bastante tempo, posso assegurar com serenidade que não há níveis seguros de extração e uso do urânio até os dias de hoje”, apontou.
Segundo ele, o urânio, quando extraído, permite a expansão e a dispersão de um gás radioativo contaminante chamado radônio, que é cancerígeno e, a depender da velocidade do vento, pode chegar a 10 km de distância da mina.
“É de causar espanto e indignação que o estado do Ceará, que tem enormes possibilidades de energias renováveis, tenha assinado um protocolo de intenção com a indústria nuclear brasileira para retomar esse projeto, considerando que ele não apresenta segurança nem sob o ponto de vista da saúde pública, nem do meio ambiente ou da segurança hídrica”, avaliou Roseno.
Ainda de acordo com o deputado, a extração de urânio depende de muita água, o que fez o projeto ser negado diversas vezes por inviabilidade hídrica.“Nós não queremos dedicar a nossa água, um bem tão precioso para os cearenses, para um projeto de urânio que vai contaminar a nossa população”, reforçou.
Roseno destacou que tramita na Casa o projeto de lei 655/21 , de sua autoria e do deputado Carlos Felipe (PCdoB), que, entre outras iniciativas, estabelece restrições à exploração de rocha fosfática com urânio associado e derivados. “O Ceará não quer ser uma zona de sacrifício para o seu povo. Nós temos outras alternativas para o uso dessa água, nós temos outras tecnologias, que não minerar urânio, para abastecer a nossa cadeia de energia”, pontuou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe manifestou a sua estranheza com o projeto. “Me causa espanto ver um governador que é defensor de energias limpas aceitar essa pactuação. Nós estamos virando referência mundial na questão ambiental e, de repente, se levanta esse assunto, com tantas inconsistências, e que tem a digital do Governo Federal, que não tem compromisso com o meio ambiente”, ressaltou.
Já o deputado Heitor Férrer (SD) salientou que o projeto de extração e exploração do urânio significa “dar um passo atrás no bem-estar coletivo”.
RG/CG