O parlamentar alertou para denúncias de moradores da capital, que estão com exames e cirurgias pendentes ou com prazos longos para serem feitos. Alguns casos, no entanto, não podem aguardar muito para serem realizados. Segundo o Heitor Férrer, em caso de descolamento de retina, por exemplo, é necessária uma intervenção médica nos primeiros cinco ou sete dias. “Se não houver a intervenção do especialista, do colega oftalmologista, o paciente vai cegar. E muitos estão cegando por incúria do Estado, do município”, apontou, afirmando que muitos pacientes o buscam pedindo ajuda para realizar os serviços médicos.
Conforme o deputado, algumas pessoas acabam tentando realizar os exames em clínicas particulares, para não aguardar na fila de espera. Muitos, porém, não possuem a mínima condição financeira e acabam, de acordo com o parlamentar, sujeitos à morte por falta de um tratamento hábil. “Uma pessoa me procurou e precisa fazer a cirurgia de deslocamento de retina. Ela foi a uma instituição especializada, e R$ 4,5 mil é o valor para fazer o tratamento de descolamento de retina. Essa pessoa não vai poder fazer essa operação. O Estado não paga. Está condenada à cegueira”, disse.
Heitor Férrer lembrou que a Assembleia aprovou a liberação de R$ 100 milhões para zerar as filas de cirurgias, mas “o valor gasto não chegou a 10%”. “As cirurgias programadas para o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), César Cals, Albert Sabin, Waldemar de Alcântara continuam lá”, observou.
O deputado lembrou do Acquario de Fortaleza, que está com a obra parada, custou R$ 137 milhões em 2009. Hoje o valor atualizado se aproxima de R$ 317 milhões. “Vamos converter em cirurgias de catarata, próstata, curar um câncer, descolamento de retina. Ainda bem que eu votei contra essa proposta criminosa. Sou contra, votei contra e fiz campanha contra. É inaceitável que tenhamos jogado cerca de R$ 317 milhões no lixo, com tanta gente precisando de uma cirurgia”, ponderou.
GS/AT