Segundo o parlamentar, como o poder que representa o povo cearense, a Assembleia precisa deixar claro que não aceita retomar diálogos e negociação enquanto a Polícia Militar não voltar ao seu funcionamento normal.
“Peço a união suprapartidária dos 46 deputados desta Casa para pedir oficialmente que todos os militares voltem às suas funções, garantindo a segurança do povo cearense, para que as negociações sejam reabertas”, anunciou Salmito.
Para ele, a população cearense precisa ser colocada em primeiro lugar diante de qualquer desacordo. “Divergências precisam ficar em segundo plano, quando é dever e obrigação dos representantes do povo preservar a vida do povo cearense”, avaliou.
De acordo com Salmito, a vida está acima de qualquer partido e até da democracia. “Só existe democracia para viabilizar a vida, partilhando o poder com a soberania popular”, destacou.
Ele salientou que, diante da situação instável de segurança no Estado, o governador Camilo Santana solicitou o apoio de tropas federais para combater as últimas ações consideradas como criminosas no Ceará.
“O Governo Federal, atendendo a esse pedido, vai enviar a Força Nacional e as tropas federais. E essa ação não o torna menor, porque ele está agindo na sua competência constitucional”, ressaltou Salmito. "Em primeiro lugar estão a segurança e a vida do nosso povo”.
O deputado enfatizou que não há possibilidade de diálogo na Assembleia com “milicianos, amotinados e encapuzados que fecham comércio”.
Em aparte, o líder do Governo na Casa, deputado Júlio César Filho (Cidadania), cobrou do presidente da República, Jair Bolsonaro, a imediata publicação do decreto de envio das tropas de segurança para o Estado.
O deputado Audic Mota (PSB) opinou que, para a ação do Poder Legislativo ter efeito, deve haver um gesto por parte das tropas militares cearenses para que os diálogos possam ser reabertos.
O deputado Renato Roseno (Psol) avaliou que a Assembleia não pode ser acusada de omissão no processo de negociação. “Aqui foi a sede do diálogo, recebendo desde o início as conversas”, pontuou.
Para o deputado Soldado Noelio (Pros), precisa-se construir um consenso que satisfaça todo o movimento dos policiais. “Precisamos nos sentar com os deputados para a interlocução, colocando ideias, pontos e contrapontos para encontrarmos uma saída”, comentou.
RG/LF