O parlamentar afirmou que apesar da Transposição do Rio São Francisco também não estar concluída, mesmo que as águas corressem depressa do bombeamento, que já está pronto para os canais que ligam ao Cinturão, a distribuição para o Ceará não poderia ser feita. “A obra foi idealizada pelo ex-governador Cid Gomes e tem grande mérito, que é levar água para todo o Estado, otimizando a utilização dos nossos poucos recursos hídricos. Porém, já se vão oito anos de obra, inicialmente orçada em R$ 1,5 bilhão e agora num total de R$ 2,5 bilhões”, apontou.
Heitor Férrer questionou porque obras públicas levam tanto tempo para serem concluídas e citou a reforma do Aeroporto Internacional Pinto Martins, como exemplo. “Foram R$ 50 milhões para um puxadinho no aeroporto ainda para a Copa de 2014 e só ficaram colunas abandonadas. Autorizamos a privatização e nosso aeroporto foi transformado em um equipamento de primeiro mundo em pouco tempo. Ou seja, o dinheiro não foi desperdiçado”, comparou.
O deputado relembrou ainda os investimentos do Governo do Ceará para equipamentos como o Aquario Ceará e a compra das “carcaças”, da Usina de Barbalha. “Essa Casa permitiu que Cid Gomes enterrasse R$ 262 milhões na obra de um aquário que hoje é criatório de mosquito da dengue. Se somarmos com mais de R$ 15 milhões para compra da carcaça da usina de Barbalha, já são quase R$ 300 milhões. Já imaginaram se esses recursos fossem para medicamentos, cirurgias, exames, como nós teríamos resolvido grandes problemas na área da saúde? Mas, a prioridade do Governo não é a da sociedade”, avaliou.
Em aparte, o deputado Delegado Cavalcante (PSL) afirmou que as obras públicas no Brasil viraram meio de vida. “As construtoras recebem propina e dobram o preço, com tanto adiamento. Mas o governo Bolsonaro já está acabando com essa prática”, acrescentou.
Para o deputado Carlos Felipe (PCdoB), falta investimento do Governo Federal. “Recebíamos cerca de R$ 200 milhões por ano para a obra do Cinturão até o Governo Temer. Agora, com Bolsonaro, foram repassados apenas R$ 10 milhões”, reclamou. O deputado Leonardo Pinheiro (PP) também falou da redução de recursos para a obra. “Já temos os lotes um e dois do trecho um prontos para receber água. Precisamos cobrar para que não faltem recursos para esta importante obra”, salientou.
O deputado Walter Cavalcante (MDB) disse não compreender como o Governo Federal só gasta R$ 19 bilhões com investimentos, com orçamento de R$ 1,2 trilhão. “É preciso que o presidente cumpra seus compromissos com projetos e programas que estão parados, reestruturando a parte tributária”, alertou. O deputado Marcos Sobreira (PDT) recordou a fala do Ministro Gustavo Canuto sobre não garantir recursos para as obras do Cinturão das Águas. “Nossa preocupação é essa, pois não adianta concluir as obras da transposição se as do cinturão não estão prontas”, lamentou.
A deputada Fernanda Pessoa (PSDB) relatou seu acompanhamento das obras da transposição e afirmou que o eixo norte está 97% concluído, mas falta o Estado fazer o dever de casa. “Precisamos que o Governo do Estado assine um contrato com o Governo Federal. Já soube que o governador esteve conversando com o ministro e acredito que o assunto seja a liberação de recursos”, assinalou.
LA/AT