O parlamentar relembrou seu pronunciamento na última terça-feira (21/05), onde ressaltava a economia de aproximadamente R$ 100 milhões feita pelo Governo Federal por meio de auditoria realizada em programas sociais. “Fiz uma fala nesta tribuna sobre a iniciativa do Governo Federal em retirar 381 mil famílias irregulares que recebiam benefícios, a qual reconheci como importante para a economia do dinheiro público. Meu questionamento é porque o governo não faz o mesmo em relação à dívida mobiliária interna”, esclareceu.
Para Salmito, o Governo Federal dá a entender que medidas de cortes serão aplicadas somente para os mais necessitados, enquanto as instituições financeiras continuam arrecadando sem uma fiscalização mais firme.
“Porque esse mesmo governo não aplica o mesmo 'pente fino' com a dívida pública federal mobiliária interna, que segundo o ministro da Economia, é a trava da economia do nosso país? Só em 2018 pagamos entre juros e rolagem da dívida R$ 1 trilhão e 600 bilhões, o que configura mais da metade do orçamento do nosso País”, avaliou.
Salmito afirmou ainda caso seja realizada auditoria e se conclua que os valores estão corretos, continua-se pagando a dívida. “Não estou dizendo que não devemos honrar nossas dívidas, e sim que o mesmo critério seja utilizado em todas as áreas. Essa dívida pública interna vem crescendo desde o governo Fernando Henrique e é hoje o maior desafio do ponto de vista econômico para nosso País”, ponderou.
Em aparte, o deputado Delegado Cavalcante (PSL) disse que a medida faz parte da política de moralização do governo Jair Bolsonaro, gerando estão sendo economizados por meio de cortes em diversos âmbitos da União.
“Somos um governo liberal conservador e trabalhamos em cima da verdade. Com essa moralização implantada, estamos economizando bilhões cortando gorduras em diversos setores. O que não concordo é o senhor colocar como se o Governo estivesse aplicando o 'pente fino' em cima dos pobres. Não estamos colocando a mão na cabeça de ninguém. Estamos cortando onde precisa ser cortado”, defendeu.
De acordo com o deputado Renato Roseno (Psol), a Dívida Pública Federal Mobiliária Interna começou sua curva de crescimento ainda no governo Fernando Henrique Cardoso e foi mantida nos governos Lula e Dilma, mantendo o País refém de altos juros. “Essa dívida saltou desde 1994. São 30 anos de dependência das instituições financeiras. Ou seja, nós continuamos financiando uma enorme dívida”, explicou.
Já o deputado André Fernandes (PSL) concordou que auditorias devem acontecer em todas as esferas do poder público, inclusive na estadual. “Temos que falar também sobre a dívida pública interna do Ceará e da quantidade de cargos mantidos pelo Governo para empregar deputados que não conseguiram se eleger”, sugeriu.
LA/LF