De acordo com Roberto Mesquita, a dragagem, que aumentará o calado do porto de 10,5 para 14 metros, numa extensão de 3 quilômetros, removerá 6 milhões de metros cúbicos do local. E, para realizar o aumento da faixa litorânea, serão necessários 1,5 milhão de metros cúbicos. No entanto, no projeto original, o material será despejado em outro local, quando, para ele, poderia ser utilizado no projeto de requalificação da Beira Mar. “Ou seja, haverá gastos muito maiores do que o necessário, nas duas obras”, frisou.
Conforme esclareceu o deputado, serão disponibilizados R$ 21 milhões para custear a dragagem do porto, que deve remover 6 milhões de metros cúbicos de areia. Ainda de acordo com o projeto original, esse material será dispensado a 8,5 km da costa, quando poderia ser despejado na faixa litorânea, que fica a uma distância de apenas 1,5 km. “Deste total de areia, 1,5 milhão de metros poderiam ser despejados na Beira Mar, o que poderia significar uma economia total de R$ 51 milhões, de um total de R$ 300 milhões que serão investidos na requalificação da Beira Mar”, disse.
“A Prefeitura de Fortaleza fez um recente empréstimo, aprovado pelo Senado Federal, de aproximadamente R$ 300 milhões, que serão utilizados para a requalificação da avenida Beira Mar, proporcionando uma ampliação de 80 metros da faixa litorânea, que vai da rua João Cordeiro até a avenida Desembargador Moreira”, explicou o deputado.
“O apelo que faço é que não precisamos passar na história como uma geração relapsa. Estou apelando para o atual presidente da Docas, César Pinheiro: entre em entendimento com a Prefeitura de Fortaleza, para que haja a economia de recursos com o reaproveitamento da areia dragada do porto na engorda da faixa litorânea de Fortaleza”.
Roberto Mesquita ressaltou que o País está atravessando o que ele considera a pior crise da história, mas há poucos anos foram construídas “obras faraônicas”, que resultaram em elevados gastos, como o Centro de Formação Olímpica (CFO). Entre as obras que considera "estranhas", o parlamentar citou a construção do terminal de passageiros do Porto do Mucuripe, que não teria acesso aos navios, obrigando que fosse feita uma dragagem do porto para que os navios pudessem ser atracados ao terminal.
JS/PN