Capitão Wagner criticou a forma como esses e outros investimentos são feitos no Ceará. Ele listou uma série de vantagens, pontuadas na mensagem que trata da instalação do hub, aprovada pela Assembleia Legislativa em 2016, dentre as quais se destacam a isenção do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pela empresa detentora do equipamento em diversas operações e/ou serviços que porventura necessite: aquisições de aviões, ferramentas, peças e até querosene de aviação.
“Como se não bastasse tudo isso, parece que o lucro da empresa não foi o prometido. Agora, vamos doar dinheiro durante cinco anos, um dinheiro que fará falta para a população”, disse, ressaltando que “fazer negócio com o Ceará é garantia de zero risco”.
Capitão Wagner lembrou outros investimentos semelhantes, como a preparação para a Copa do Mundo no Brasil e a construção do Acquario Ceará. “Outra estrutura que já tem mais de R$ 100 milhões enterrados junto.”
O parlamentar afirmou ainda que não há garantias estatísticas de que o hub tem proporcionado o incremento prometido no turismo e na economia cearense. “Em contrapartida, temos diariamente, nos jornais, hospitais funcionando sem insumos básicos; o Estado sem dinheiro para o reajuste obrigatório dos servidores públicos, entre outras coisas que o Ceará, como estado “pobre”, não pode custear”, apontou.
Em aparte, o deputado Anderson Palácio (PPS) defendeu a medida do Governo do Estado, citando um exemplo. O parlamentar informou que acompanhou um grupo de empresários interessados em investir no Ceará na área de energia renovável, e que o ponto decisivo foi saber do hub e do Porto do Pecém. “Eles fecharam acordo conosco na hora, e a empresa já está sendo instalada em Aquiraz. O Estado tem sido eficiente ao criar essas oportunidades, isso não podemos negar”, disse.
Já o deputado Nestor Bezerra (Psol) criticou as prioridades do Estado. De acordo com o parlamentar, o conjunto de habitações do Minha Casa, Minha Vida, do bairro Cidade Jardim, está perdendo trabalhadores, que estão sendo demitidos, por falta de recurso. “O Governo deixa o povo sem moradia para beneficiar quem vem de fora. De fato, é zero risco negociar com o Ceará dessa forma”, ironizou.
PE/AT