O Centro Industrial do Ceará (CIC) deu prosseguimento, ontem, ao debate com os candidatos à Prefeitura de Fortaleza. Na ocasião, os candidatos André Ramos (PPL), Francisco Gonzaga (PSTU), Inácio Arruda (PCdoB), Heitor Férrer (PDT) e Valdeci Cunha (PRTB) discutiram propostas para o desenvolvimento da economia fortalezense. O debate foi transmitido pela TV União.
O primeiro a falar na noite foi o estreante em disputais eleitorais, o jovem André Ramos. Ele disse que “não é possível desenvolver Fortaleza sem industrialização”. Para o candidato, melhores empregos, salários e distribuição de renda vêm com industrialização. “O fortalezense vive com o segundo pior salário do nosso País, e os empregos na indústria pagam três vezes mais”, ressaltou Ramos. O candidato disse que a Prefeitura pode melhorar a infraestrutura da Cidade e, desta forma, incentivar a vinda das empresas. Ramos prometeu articular uma frente junto aos prefeitos de todo o País em busca de recursos para os empreendimentos locais.
O candidato Francisco Gonzaga criticou a concentração de renda na Capital. “Fortaleza tem hoje um PIB em torno de 32 bilhões, mas a maioria dos trabalhadores que constroem essa riqueza não possa usufruí-la”. Para o Gonzaga, é importante, sim, realizar o debate econômico, “mas essa discussão tem que ser feita com inclusão social”. O candidato apontou as contradições da Cidade. “204 mil famílias vivem do Bolsa Família, 28% dos trabalhadores não têm renda alguma, 27% recebe apenas o salário mínimo”. Gonzaga disse ainda que há duas Fortalezas, uma para os ricos, e outra para os pobres.
Já o candidato Inácio Arruda disse que Fortaleza concentra metade do PIB do Ceará, “e, se somados ao PIB ao entorno da Cidade, dá entorno de 60% do PIB estadual”. O candidato ressaltou a vocação turística, de serviços e comércios da Capital, ressaltando o enorme potencial para a expansão dessas áreas. Ele defendeu a criação de um pacto industrial em Fortaleza na área de tecnologia. “Devemos aproveitar o importante evento da Copa do Mundo”, ressaltou o comunista, para quem a Copa criará possibilidades de gerar empregos de alta qualidade. Ele disse também que a juventude de Fortaleza quer emprego, formação, educação, “e isso nós temos que oferecer”.
Potencial logísticoO pedetista Heitor Férrer salientou que “a máquina pública não produz, ela apenas arrecada, e tem, muitas vezes, aplicado mal esses recursos”. O candidato disse que o prefeito de Fortaleza não pode deixar de aproveitar o potencial logístico que “nós temos em relação aos mercados do Norte e do Nordeste”. “Temos que aproveitar a nossa vocação para criar empregos e negócios nos bairros, além do nosso potencial turístico e de entretenimento”. Ele defendeu a criação de empregos nos bairros como forma de as pessoas lá produzirem as ruas rendas e, desta forma, aliviar o problema da Mobilidade Urbana.
O candidato Valdeci Cunha ressaltou que falar economia é definir prioridades. “A Prefeitura tem uma receita acima de cinco bilhões para 2012, quais são as prioridades dela, então?”. Ele salientou que, caso eleito, criará um plano sustentável de Fortaleza. “Eu não vou governar nem para um grupo de trabalhador, nem para um grupo de empresários”. Ele também criticou a alta taxa de informalidade na economia fortalezense e defendeu a criação de uma economia criativa.