A parlamentar lembrou que seu mandato tem se dedicado à causa dos deficientes, inclusive apresentando projeto de lei, que foi aprovado, concedendo o direito ao passe livre a todas as pessoas com deficiência nos transportes públicos intermunicipais . “É necessário que as pessoas tenham conhecimento desse direito”, apontou.
De acordo com a deputada, é importante lembrar da data do calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), comemorado em 193 países membros da entidade. “Precisamos oferecer garantias de direitos e oportunidades de inclusão social para todos os deficientes. Toda a sociedade tem de ter compreensão da luta por direitos igualitários e inclusão às pessoas com down”, acentuou.
Apesar dos esforços de combate às descriminações, a deputada considerou que ainda há uma cultura que exclui e discrimina por preconceito, “como o caso da desembargadora Marília Castro”. Ela salientou que, diante desse caso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu procedimento pelas declarações da magistrada, caracterizando-as como preconceito.
“O ministro João Otávio de Noronha (corregedor do CNJ) determinou a abertura de procedimento para averiguar os fatos, tanto as declarações da desembargadora sobre a professora com síndrome de down como também as calúnias desferidas contra a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, brutalmente assassinada em via pública”.
Rachel Marques também assinalou que a professora do Rio Grande do Norte escreveu uma carta em resposta à magistrada. "É um exemplo de respeito e mostra como as crianças devem ser ensinadas a não ter preconceito nem discriminar pessoas com deficiência. Na carta, ela lembra que o preconceito é crime", relatou.
A deputada explicou que não irá repetir o “repugnante” texto da desembargadora em rede social, porque tais palavras não merecem ser replicadas. “Ela mostra todo o menosprezo que (a desembargadora) tem por pessoas com deficiência, denotando que estas estariam incapacitadas de desenvolver suas atividades profissionais”.
Para Rachel Marques, as declarações são ainda mais graves porque provêm de uma autoridade, “que poderia levar algo bom para a sociedade, proteger e resguardar os direitos de todos, e não agir com preconceito e ódio”. A parlamentar avalia que a sociedade não pode mais conviver com o ódio, difamações e notícias mentirosas.
A deputada também leu manifesto da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down “repudiando a demonstração de preconceito manifestado pela desembargadora”.
Em aparte, a deputada Augusta Brito (PCdoB) disse que fica muito triste ao ouvir declarações de preconceito em relação a mulheres, negros e deficientes. A deputada Dra. Silvana (MDB) se solidarizou com o pronunciamento de Rachel Marques. “Defeituosa é essa pessoa, que sequer pode ser chamada de mãe, diante de seus preconceitos”, disse a deputada.
JS/PN