Para Roberto Mesquita, não haveria momento mais propício para instalar essa CPI. De acordo com o deputado, cada cidadão está, no máximo, há cinco minutos de uma “boca de drogas”, que vende maconha, cocaína e crack. “Há quase dois anos foi pedida uma CPI do Narcotráfico, o que até hoje não aconteceu”, lembrou.
Segundo o deputado, a CPI do Narcotráfico foi “engendrada” para impedir a instalação da CPI do Acquario. Pelo regimento interno da AL, conforme explicou, não podem funcionar mais de três CPIs simultaneamente. “Então, foi criada a CPI do DPVAT, a da exploração sexual de menores e a do Narcotráfico, para que não se investigasse o que levou o Governo a enterrar milhões na construção do Acquario”.
Roberto Mesquita lembrou que mais de 5.100 vidas foram tiradas de forma violenta, no ano passado, enquanto que no último ano do Governo Lúcio Alcântara foram assassinadas 1.800 pessoas, “e se dizia que era uma calamidade”. Na visão do deputado, o crack, naquela época, estava tomando conta de Fortaleza e se alastrando para o Interior. “Fomos míopes, porque poderíamos impor políticas de combate às drogas através do orçamento”, acrescentou.
Segundo o deputado, as chacinas, antes ocorridas em bairros de periferia, já alcançam locais de classe média, como aconteceu recentemente no bairro Benfica, considerado central e de classe média. “Os colegas fogem do problema por questões políticas. Mas não devemos agradar os colegas, mas o povo, que está sem entender por que nos presídios os celulares funcionam e há ordens de ataques e chacinas”, comentou.
Em aparte, o deputado Tin Gomes (PHS) assinalou que todos têm de fazer a sua parte. “Não temos o aparato necessário de Polícia Civil. Por isso o governador pediu socorro para a área investigativa, e já chegou a força-tarefa federal”, disse.
Tin Gomes salientou ainda que o Ceará construiu o primeiro centro integrado de segurança, que foi apresentado aos governadores por Camilo Santana. “Colocar toda a responsabilidade do crime do País, no Ceará, não dá. Temos de ter a hombridade e a humildade para deixar a política da busca do voto e cobrar que se protejam as fronteiras da entrada de armas e drogas. O Brasil há muito tempo não faz isso. Não podemos misturar a política eleitoreira do quanto pior melhor”, afirmou.
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