O parlamentar explica que não acredita que um evento dessa natureza produza efeito diante da atual situação de violência no Estado. “A população está apavorada, e nosso governador deixou que a situação chegasse a esse ponto. Nós, deputados, já apresentamos tantos projetos para área de segurança, e só agora o senhor quer nos ouvir?”, questionou.
Ely Aguiar opinou que a base do governo na Assembleia está fugindo da discussão, enquanto mais de 100 mulheres já foram assassinadas nos primeiros meses de 2018. Além disso, acrescentou, o povo vive amedrontado, perguntando-se quando será a próxima chacina. “Parece até que virou rotina. E agora o governo quer transferir a culpa para as torcidas organizadas. Todos nós sabemos que isso foi mais uma ação da disputa das facções instaladas aqui no nosso Estado”, afirmou, citando o ataque ocorrido na última sexta-feira (09/03), no bairro do Benfica, em Fortaleza, que resultou na morte de sete pessoas e chegou a ser atribuído a uma disputa entre torcedores de futebol.
O deputado continuou citando outros casos de violência ocorridos no Ceará, como a invasão de assaltantes a uma escola de Fortaleza e o assalto a um turista alemão que caminhava no calçadão da Praia do Futuro. “Vinte e duas pessoas mortas somente na última segunda-feira (12/03). Essa é a nossa realidade. Parem de transferir a responsabilidade para o Governo Federal. O governo não tem sido omisso, mas os efeitos de suas operações não são positivos. O povo não é besta”, concluiu.
Em aparte, o deputado Odilon Aguiar (PMB) afirmou que o deputado Ely Aguiar estava trazendo a indignação da população cearense para o Plenário e mencionou que o pavor se estendeu para os municípios do Interior. “No Cedro, pais de estudantes proibiram seus filhos de irem para a aula por conta da localização da escola, que fica vizinho à cadeia pública, repleta de bandidos perigosos e sem estrutura para contê-los”, lamentou.
O deputado Carlos Matos (PSDB) colocou que não há mais como tapar o sol com a peneira e é preciso que todas as autoridades do Estado se unam para que haja uma reação à violência instalada no Ceará. “Precisamos reagir e contribuir para melhorar a situação, sem bandeiras políticas. Existem pessoas vivendo dessa economia oriunda do crime, temos que acabar com isso”, sugeriu.
Já o deputado Nestor Bezerra (Psol) lembrou que a gestão estadual investiu em viaturas e formou policiais novos, mas isso não tem sido suficiente para melhorar a situação, avaliou.
LA/PN