O deputado Capitão Wagner (PR) voltou a ocupar a tribuna da Assembleia Legislativa para falar sobre Segurança Pública. Em pronunciamento, ontem, ele denunciou o aumento do comando de facções criminosas nos bairros cearenses. Segundo o parlamentar, as unidades de moradia popular, entregues pelo Governo do Estado à população, estão tomadas por membros da facção criminosa intitulada “Guardiões do Estado” (GDE).
Capitão Wagner ressaltou que nos muros das moradias populares do Estado há inscrições do tipo “aqui quem manda é a GDE”. “Antes, o critério para receber uma moradia era ser carente, agora, é ser membro da facção criminosa. Isso é absurdo”, apontou.
O deputado expôs que uma família, moradora do Conjunto Habitacional Maria Tomásia, foi expulsa de sua casa pela facção criminosa e buscou ajuda na delegacia. “O policial foi ajudar a família a tirar seus pertences de casa e filmou a ação, revelando que as gangues tomam conta do local. Esse mesmo policial vai precisar responder a um processo administrativo. Isso mostra a falência do Estado. Um policial não pode nem contar a verdade nas redes sociais”, criticou.
Para o parlamentar, o Governo precisa tomar o controle do Estado e empreender ações para verdadeiramente combater o crime organizado. “As facções mandam nas escolas, expulsaram há pouco tempo 80 crianças de uma escola. Cadê o Governo, que não bloqueia o sinal de celular nos presídios? É preciso combater fortemente porque o crime tomou o Ceará”, reiterou.
CPI
O deputado cobrou, ainda, durante seu pronunciamento, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Narcotráfico na Assembleia Legislativa. “Jogar a instalação da CPI de mês para mês é enganar o povo. Precisamos combater o narcotráfico urgente e a Assembleia pode fazer muito mais do que o que faz”, assinalou.
As palavras de Wagner foram apoiadas pelo deputado Roberto Mesquita (PSD) que também cobrou ações contra a criminalidade. “Precisamos enfrentar (o crime organizado), como faz o deputado Capitão Wagner. Estamos assistindo de camarote ao tráfico tomar conta do Estado. É preciso desenvolver ações urgentes, entre elas, a instalação da CPI do Narcotráfico”, afirmou.