O parlamentar lembrou também que a Constituição de 1988 prevê que todos os brasileiros devem ser atendidos pelo setor público de saúde. Porém, no Ceará, nos últimos 10 anos, dois mil leitos foram fechados em hospitais que atendiam pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que transferiu a responsabilidade de atendimento para a rede pública.
Mesmo assim, o Ceará, conforme explicou, fez frente ao problema ampliando a rede estadual de saúde, com a criação de hospitais regionais do Cariri, de Sobral e do Sertão Central. “Além disso, ampliou o número de leitos em unidades já existentes, deixando o Estado com o mesmo número de vagas de internação”, assinalou.
Para Leonardo Pinheiro, o maior problema é a atual tabela do SUS que não sofre reajuste há 20 anos, causando insuficiência de recursos, principalmente na medicina terciária de alta complexidade. “Este ano, tivemos o fechamento de mais um hospital que atendia traumas, o Pronto Socorro dos Acidentados”, lembrou.
Se antes no Estado havia a retaguarda dos hospitais filantrópicos e privados, hoje já não se pode mais contar, porque as unidades fecharam. “Se em 10 anos, o Governo do Estado não tivesse aberto o mesmo número de leitos, a situação seria crítica. Não houve um decréscimo, mas era para ter aumentado em muito mais as vagas”, observou.
Em termos de financiamento, o deputado explicou que há 10 anos o Governo Federal investia no Ceará os mesmos valores alocados pelo Estadual. “Hoje, o Ceará aporta quatro vezes mais do que o Governo Federal, cerca de R$ 1,5 bilhão, anuais.
Leonardo Pinheiro também destacou que foram comprados, pelo Governo Estadual, novos equipamentos para diagnósticos de enfermidades mais eficientes. “Muitas vezes, o paciente não tem leito, mas quando ficam no corredor do hospital, já iniciam o tratamento e a realização de exames”.
O deputado também explicou que foram abertos 48 novos leitos de emergência no hospital de Messejana. “Para o hospital da Polícia Militar foram adquiridos novos equipamentos. No hospital César Cals foi reinaugurada a maternidade, para acompanhamento de gestações de alto risco”, disse.
O parlamentar considerou ainda “profunda alegria”, o início do funcionamento da unidade de Terapia Intensiva do hospital regional do Sertão Central, que também já realizou 400 cirurgias e quatro mil atendimentos, desde a inauguração. “Temos, no Ceará, o maior setor de transplantes do País. Muitas pessoas do Norte do Brasil compram aqui uma casa para realizar uma cirurgia. Não há ninguém na fila de transplante de córneas. Por questão de justiça, temos de reconhecer esse esforço”, afirmou.
JS/AT