1 Complicações socialistas O novo PSB, do Ceará, vive uma situação inusitada; comanda portentosa coligação de 13 partidos na luta para eleger o deputado Roberto Cláudio à Prefeitura de Fortaleza, ao mesmo tempo em que enfrenta desconfortável dissidência na Capital, comandada pelo seu ex-presidente Sérgio Novais. No início, nos referimos ao PSB como “novo”, por conta das tortuosas etapas já vivenciadas, desde a sua fundação, em 1947. Desde então, a agremiação tem vivido momentos difíceis, mesmo contando, desde a sua origem, com a participação de grandes intelectuais, entre os quais os acadêmicos da ABL, Sérgio Buarque e o cearense R. Magalhães Júnior. No Ceará, o PSB virou opção para egressos do PCB, e enfrentou dificuldades de crescer, mesmo sendo uma sigla simpática a muita gente, permanecendo por muito tempo entre os pequenos partidos, até a chegada do grupo político liderado pelos irmãos Ferreira Gomes. A partir daí, o partido ganhou musculatura, ganhando bancadas maiores na AL, CMF e Câmara dos Deputados. Em consequência de visíveis dissonâncias ideológicas, gerou-se a dissidência, comandada por Sérgio Novais, que, agora, acusa os dirigentes do partido de perseguição, o que é refutado pelo diretor municipal da sigla, Rogério Pinheiro, para quem Sérgio e seus amigos, simplesmente, abandonaram os eventos e ignoram os passos do partido. O que complica as coisas, é que o grupo dissidente, que exige legenda para disputar cadeiras na CMF, ameaça com a formação, naquela Casa, de uma tal “Frente Socialista de Esquerda”. Ou seja, se tiverem legenda, e elegerem vereadores, os socialistas dissidentes poderão levar a Câmara a ter “dois PSB”, o que seria uma anomalia. Trata-se de um complicador que desafia a habilidade do governador Cid Gomes.