Com formação em Enfermagem, a parlamentar afirmou que a mortalidade neonatal se deve, na maioria dos casos, ao mau acompanhamento durante a gestação.
“São nove meses de cuidados, com acompanhamento feito pelo Programa de Saúde da Família (PSF) e com exames variados - como pré-natal, vacinas e ultrassom morfológico. Então, uma mãe que deu à luz, no início desse ano, deveria estar sendo acompanhada desde o ano passado”, explicou.
Segundo Mirian Sobreira, quando o ex-prefeito foi derrotado nas últimas eleições, ele teria demitido vários servidores do PSF de Iguatu, interrompendo o acompanhamento de várias gestantes.
“Montamos o Comitê de Prevenção ao Óbito Infantil e Neonatal, que, em quatro meses, já cadastrou 628 gestantes, grande parte sem pré-natal ou em atraso. Isso é abandono e poderia resultar em mais casos de mortalidade”, criticou.
Em aparte, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) informou que o Ceará tem uma média de 16 mortes em cada mil recém-nascidos. Para ele, isso torna o trabalho das equipes de Saúde da Família essencial para evitar novos casos. “Um município, mesmo pobre, pode oferecer um bom trabalho nesse sentido. Basta comprometimento”, afirmou.
O deputado Agenor Neto (PMDB) defendeu a gestão do ex-prefeito de Iguatu Aderilo Alcântara, afirmando que ele não demitiu nenhum médico após sua derrota nas urnas. “Quando fui prefeito, reduzi essa taxa para 8,9 (mortes por mil nascidos). E ele reduziu para 6,5 (mortes) por mil. Agora querem transferir a responsabilidade para a administração anterior?”, questionou. De acordo com o parlamentar, a atual gestão tirou profissionais experientes do PSF para colocar indicados políticos, interrompendo os acompanhamentos.
LA/GS